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Podcast Quatrode15 #191 – O que são Exercinas? com Prof. Zeca

Por: Yuri Motoyama · Portal Deviante

🎙 Você já ouviu falar sobre Exercinas? Hoje no Quatrode15, o professor Zeca vai mergulhar nesse assunto fascinante e explicar tudo o que você precisa saber! 💥

🎧 Assine e ouça nosso podcast no Spotify para ouvir a nova edição do Quatrode15 e os outros episódios! Não perca essa oportunidade de aprender mais sobre esse tema inovador com um dos maiores especialistas na área.

Dê o play e embarque nessa jornada com a gente! 🎧✨

O Podcast Quatrode15 #191 apareceu primeiro em Quatrode15

Capa do episódio:

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Yakuza! O GTA Japones, SQN! (Miçangas #208)

Por: Marcelo Guaxinim · Portal Deviante

Essa semana vamos falar da série de jogos Yakuza sem ter jogado todos os jogos!


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Omi Alliance: Marcelo Guaxinim, Jujuba Vilela Tojo Clan: Lucco 

Edição, Suor e… NuggetsTalk’ nCast.

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Por que vampiros não morrem com a luz da Lua?

Por: Michelle Mantovani

Se a luz da Lua é só luz do Sol refletida, por que vampiros não morrem com ela também?

 

De onde vem a luz do Sol?

Nosso Sol, assim como as demais estrelas, são nuvens gigantescas e densas de gás que se mantém junto, devido ao seu próprio peso, pela força da gravidade.

Vamos pensar na estrela como se fosse uma cebola onde cada pétala é uma camada de gás. Quanto mais interna for a camada de gás, maior será a pressão nessa região para suportar o peso das camadas exteriores. É esse balanço de forças entre a gravidade e a pressão que dá as condições para a manutenção da estrela como um corpo.

Ainda, quanto mais dentro da estrela, maior sua temperatura: a superfície do Sol chega a cerca de 6.000°C, enquanto no seu centro a temperatura alcança 15.000.000°C.

A densidade e a temperatura no centro das estrelas faz com que estes se tornem verdadeiros reatores nucleares! A energia do Sol vem de uma reação nuclear em cadeia, onde 4 núcleos de hidrogênio se fundem formando um núcleo de hélio. Porém dessa reação, “sobra” 0,7% da massa inicial.

Essa “sobra” é expelida como energia durante a fusão e é emitida para as camadas mais externas do Sol, fazendo a superfície esquentar e causando o brilho da estrela.

Imagem: Reação em cadeia próton-próton. A fusão de dois prótons gera um deutério, liberando um neutrino e um pósitron. O deutério e um próton fundem formando um isótopo de Hélio-3. Este é, posteriormente, convertido em Hélio-4, pela fusão de dois núcleos de Hélio-3 com a liberação de dois prótons. [Ref.]

De onde vem a luz da Lua?

A Lua, diferente das estrelas, não produz sua própria luz. A luz da Lua é a luz do Sol refletida.

Apesar de vermos a Lua como se ela fosse quase branca, isso é uma ilusão. A Lua tem diferentes tons de cinza, como rochas encontradas próximas à vulcões aqui na Terra. Esses materiais de coloração escura absorvem a maioria da luz visível que vem do Sol. Em média, somente 10% da luz do Sol que chega à Lua é refletida de volta para o espaço.

Essa taxa de luz refletida é chamada de albedo e ela depende da composição da superfície e/ou da atmosfera do corpo. Por exemplo, o albedo da Terra é de cerca de 30% devido à quantidade de água na superfície do nosso planeta, uma vez que a água tem um albedo baixo.

E você já ouviu falar na “Estrela D’Alva” ou “Estrela da Manhã”? Depois da Lua, esse corpo celeste é o mais brilhante que vemos no nosso céu noturno após o pôr do Sol ou um pouco antes do nascer do Sol (dependendo da época do ano). Porém a “Estrela D’Alva” não é uma estrela, pois ela não produz sua própria luz, na verdade o corpo celeste é o planeta Vênus! A luz que vemos é também a luz do Sol refletida. Esse planeta tem um albedo de cerca de 50%, ou seja, metade da luz do Sol que chega a ele é refletida.

Albedo: quanta luz é refletida? A Lua reflete somente uma pequena fração da luz do Sol e absorve o restante. Em outras palavras, a Lua tem um albedo baixo. Vênus tem um alto albedo. Materiais também podem ser descritos dessa forma. Neve, por exemplo, tem um alto albedo (reflete quase toda a luz do Sol) e o asfalto tem um albedo baixo (absorve quase toda a Luz do Sol. [Ref.]

Por que a luz da Lua não mata vampiros?

Depois dessa breve explicação, fica claro que a quantidade de radiação luminosa que “vem” da Lua até nosso planeta é muito menor do que aquela que vem do Sol. Então, talvez seja por isso que a luz da Lua não mate vampiros!

Ou do mesmo jeito que para o vampiro poder entrar na sua casa, ele precisa ser convidado, pode ser que o vampiro precise ter o conhecimento de que a luz da Lua é na verdade a luz do Sol refletida para que essa o atinja.

Caso seja atacado por um vampiro no futuro, teste essa hipótese e torça para que aconteça o mesmo da tirinha a seguir que serviu de inspiração para esse texto.

Tirinha original de Martin Perscheid. Na tirinha uma pessoa está sendo atacada por um vampiro e diz “A Lua não tem luz própria, ela reflete a luz do sol. O vampiro então olha para a frente assustado, quebrando a quarta parede, e, em seguida, vira cinzas. Ao final se lê “a ciência salva vidas”.

 

Até a próxima!

 

 

Referências:

Site do autor da tirinha

CLAYTON, D. D. The origin of the elements and the life of a Star.

ARAUJO, V. O. Energia do Sol.

Qual é a fonte de energia do Sol?

Nuclear fusion – The Power of the Sun

Moonlight

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Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #17 Mausoléu Castelo Branco e as resistências de Plínio Marcos

Por: C. A.

O Fronteiras no Tempo: Giro Histórico conta em seu 17º episódio com a participação das historiadoras Aline Lima e Isa Soares, que abordam temas relacionados aos 60 anos do Golpe de 1964 e da Ditadura Civil-Militar. Aline Lima conta a trajetória do espaço dedicado a memória do general Castelo Branco, primeiro presidente do regime de exceção, e, especialmente, sobre os novos significados dessa memória em nossos dias. Na sequência Isa Soares, que também é atriz e tem forte ligação com o teatro, descreve uma faceta da obra pouco conhecida do dramaturgo Plínio Marcos, que era voltada ao público infantil. Porém, nada no teatro de Plínio era ingênuo ou despretensioso, muito pelo contrário, pois em peças voltadas as crianças ele trazia importante reflexões e críticas sobre a ditadura.

Arte da Capa

Arte da Capa: Marcelo Beraba


MENCIONADO NO EPISÓDIO

Entrevista da Aline Lima para o Historicidade

Fronteiras no Tempo: Historicidade #42 Engenheiros e o combate a seca

Trilogia sobre a Ditadura Civil-Militar Brasileira

Fronteiras no Tempo #21 – Golpe de 1964  

Fronteiras no Tempo #22 – Ditadura Civil-Militar  

Fronteiras no Tempo #24: Fim da Ditadura Civil-Militar  

Outros episódios relacionados ao tema

Fronteiras no Tempo: Historicidade #51 Espionagem, Igreja e Ditadura Civil-Militar  

Fronteiras no Tempo: Historicidade #50 Museu do Trabalho e dos Direitos Humanos 

 Memória da Ditadura Civil Militar Brasileira – 27 Borean (Spin#1926 – 25/02/2023) 

Fronteiras no Tempo: Historicidade #14 Itamaraty e as Forças Armadas na Ditadura

Fronteiras no Tempo: Historicidade #9 Histórias da Ditadura Civil-Militar

 Contrafactual #32: E se não tivesse havido Ditadura Militar no Brasil? 


Financiamento Coletivo

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O Historicidade é o programa de entrevistas do Fronteiras no Tempo: um podcast de história. O objetivo principal é realizar divulgação científica na área de ciências humanas, sociais e de estudos interdisciplinares com qualidade. Será um prazer poder compartilhar o seu trabalho com nosso público. Preencha o formulário se tem interesse em participar.

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Selo saberes históricos

Agora o Fronteiras no Tempo tem o selo saberes históricos. O que é este selo?

“O Selo Saberes Históricos é um sinal de reconhecimento atribuído a:

● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico
● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados
● Comprometidas com valores científicos e éticos.”

Saiba mais: https://www.forumsabereshistoricos.com/


Redes Sociais TwitterFacebookYoutubeInstagram


Contato fronteirasnotempo@gmail.com


Como citar esse episódio

Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #17 Mausoléu Castelo Branco e as resistências de Plínio Marcos. Locução Cesar Agenor F. da Silva, Aline Lima e Isa Soares. [S.l.] Portal Deviante, 16/04/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=62190&preview=true


Expediente

Produção Geral e Host: C. A. Arte do Episódio: Marcelo Beraba. Edição: C. A.


Trilha sonora utilizada

Birds – Corbyn Kites

Wolf Moon – Unicorn Heads

Dance, Don’t Delay de Twin Musicom é licenciada de acordo com a licença Atribuição 4.0 da Creative Commons. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Fonte: http://www.twinmusicom.org/song/303/dance-dont-delay

Artista: http://www.twinmusicom.org


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves

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Meu código sem testes será sua herança

Por: Cézar Antônio

E lá está o jovem programador, anunciando orgulhoso para a sua sogra que a partir de amanhã ele será “O responsável por todo o legado da sua empresa!“.

Em seguida, todos na mesa de jantar se levantam entusiasmados para abraçar e parabenizar o rapaz por essa grande conquista.

Homem pensativo

Imagem de homem sentado e pensativo com as duas mãos juntas próximas ao nariz

Exceto o cunhado, um programador das antigas que após um longo suspiro acende um cigarro e lança um olhar vazio para o horizonte.

 

Introdução

Apesar de um pouco dramática, esta cena talvez não aconteça nos dias de hoje. Uma vez que atualmente até os programadores  iniciantes já sabem que lidar com Softwares Legados não é uma atividade tão glamorosa quanto parece.

Um código não se torna legado apenas porque foi escrito há muito tempo e por utilizar tecnologias ultrapassadas. Ao passo que o QuickSort, por exemplo, foi publicado em 1962 e ainda continua sendo uma referência em Algoritmos de Ordenação.

Apenas o fato de possuir muitas dívidas técnicas e não fazer o uso de Testes Automatizados já candidata um código como legado.

E antes de mais nada: esta opinião não é minha e sim do Consultor Michael C. Feathers em seu famoso livro “Working Effectively with legacy code“.

Em 2012, eu me aventurei a elaborar um artigo de iniciação científica acerca desse livro, como atividade da minha não concluída Pós Graduação em Engenharia de Software.

Irei apresentar a partir de agora alguns fragmentos e insights adquiridos nesta empreitada.

 

Principais desafios ao lidar com código legado

Trabalhar com Sistemas legados não é apenas um desafio técnico. Também é um paradoxo gerencial,  uma vez que, pela lógica, um gestor não deve investir dinheiro para realizar alterações em um software que já está desatualizado.

Computador antigo

Imagem de um computador antigo sendo apresentado

Contudo há situações onde:

  • O Software Legado eventualmente entrega informações básicas para outros sistemas mais modernos.
  • O Software Legado é tão específico que torna inviável a sua substituição.
  • O custo para realizar o  software Legado foi tão alto que a gestão não consegue defender a ideia de “jogá-lo fora“.

Ok, então vamos deixar os programadores da empresa realizando a manutenção desses sistemas, correto?

Talvez. Mas é provável que essa ação gere outros problemas:

  • Cada modificação no sistemas envolve o risco de criar bugs.
  • Pra evitar essa situação, as alterações nos softwares legados se tornam minuciosas e demoradas. O que deixa o departamento de desenvolvimento com a fama de não conseguir atender a velocidade que o negócio precisa.

Tudo bem. Mas o que devemos fazer então?

 

Estratégias para atacar o problema

Não existe uma Bala de Prata para matar esse lobisomem abstrato. Contudo  podemos adotar algumas estratégias. Irei citar algumas (livro do Michael possui mais ou menos 24 técnicas) que apesar de meio densas, são bem interessantes.

 

Encontrar os pontos de inflexão

Sabe aquelas vias da cidade que, quando ficam engarrafadas, paralisam a cidade inteira? Pois bem, eventualmente os Sistemas de Informação também possuem alguns componentes-chave que alteram de forma significativa o comportamento de outros.

Com a ajuda dos responsáveis pelo negócio, que entendem como as regras do sistema funcionam, é possível que os programadores identifiquem esses pontos.

 

“Fotografar” as Entradas e Saídas

Após identificar um  ponto de inflexão, os programadores podem isolá-lo com ferramentas específicas e capturar as suas entradas e saídas.

 

Criar os Stubs e Mocks

Após essa captura, os programadores criam uma outra aplicação, que automatiza o envio das entradas simuladas ao sistema e confere as suas  saídas.

Há várias estratégias para realizarmos este tipo de testes, que popularmente chamados de mocks e stubs.

Foge do escopo deste artigo explicar esta técnica mais a fundo. Caso seja do seu interesse  recomendo ler este artigo aqui ou se tiver mais empolgado consultar a clássica fonte primária sobre o assunto.

 

Realizar as alterações

Com uma camada de segurança formada pelos mocks e testes automatizados.  E com o entendimento dos pontos críticos do Sistema, obtidos em conjunto com os responsáveis pelo negócio, o Time de desenvolvimento finalmente pode realizar as alterações.

Imagem de vitória

Tabuleiro de Xadrez com uma peça de Rei de cor escura sendo derrubada por uma peça de cor clara que está na mão de uma pessoa.

 

Conclusão

De forma bastante resumida, chegamos na conclusão de que cercar os Pontos de Inflexão de um sistema legado com “Testes de fumaça” e Mocks pode ser uma boa estratégia para conseguir mantê-lo e realizar atualizações no seu código de forma segura e com maior rapidez.

Entender como lidar com Softwares Legados é um tema um pouco denso e eu espero que você tenha tido uma boa experiência lendo até aqui.

Há exemplos práticos de código que caso você tenha interesse, podem ser apresentados numa próxima oportunidade.

Obrigado pela leitura e fique à vontade para continuarmos a conversa nos comentários.

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Vocês sabiam que dá para usar o GPS para outras coisas?

Por: Samantha Martins

Talvez você esteja lendo o título desse post e está tentando entender o que eu quero dizer. Bom, foi uma maneira de tentar fazer um clickbait, chamar sua atenção. Espero que tenha funcionado.

Nós usamos os satélites do sistema GPS diariamente de maneira automática, da mesma maneira que usamos a energia elétrica ou internet, quero dizer, a gente nem pensa muito na grandeza toda da coisa. Aplicativos como Google Maps e Waze são essenciais no dia a dia da maioria das pessoas e ambos usam esses queridos satélites que estão localizados em órbitas a 20 mil quilômetros de distância da Terra.

O GPS (Global Positioning System) é o GNSS (Global Navigation Satellite System) mais conhecido e mais utilizado. Digo isso porque existem outras constelações de satélites para fins de posicionamento e navegação. Na Europa há o Galileo, há também o Globalnaya navigatsionnaya sputnikovaya sistema (GLONASS) da Rússia e o Sistema de Navegação por Satélite BeiDou da China.

Desenvolvido pela US Airforce, o GPS (ou NAVSTAR-GPS) possui atualmente 31 satélites que dão duas voltas por dia ao redor da Terra. Quando nos localizamos usando nosso celular, precisamos acessar pelo menos 4 desses satélites para que tudo funcione. Não é difícil conseguir 4 satélites, porque geralmente tem pelo menos uns 5-10 disponíveis no céu.

Muitas vezes a localização de seu celular não funciona porque você está sem acesso à internet, a responsável por carregar os dados de mapas, correções diversas, dados de trânsito e outras informações. Ou seja, não é culpa dos satélites! Tanto que há uns 10 anos nós usávamos aqueles receptores de GPS pra carro (que eram bem caros, lembro que eu tinha um da Discovery) e um grande problema era que muitas vezes os mapas estavam desatualizados (ruas novas, alterações no sentido do trânsito).

Só que os satélites do GPS (ou outros GNSS) não são usados somente para navegação. Vamos imaginar uma antena de GPS de alta precisão, instalada em qualquer lugar da superfície da Terra (e existem várias). Essa antena pode detectar movimentos na escala de mm em todas as direções (x, y e z). Com isso, consigo detectar a ocorrência de movimentos na crosta terrestre.

Posso também instalar essas antenas ao longo de um vulcão e detectar deformações relacionadas aos movimentos internos do magma, o que ajuda a monitorar a atividade do vulcão.

Os sinais dos satélites do GPS atravessam a atmosfera e interagem com a ionosfera e com as demais camadas atmosféricas. Essa interação também pode nos ajudar a estudar e compreender alguns fenômenos atmosféricos.

Quando os sinais dos satélites GPS finalmente atingem a superfície, podem sofrer reflexões dependendo do tipo de superfície. Essas reflexões podem ser detectadas pelas antenas de alta precisão. Em outras palavras, além do sinal que chega diretamente do satélite para a antena, sinais que refletiram na superfície ao redor da antena também chegam até ela. Esses sinais refletidos são um problema quando estamos pensando em geolocalização. Porém, quando estudamos esses padrões de reflexão podemos estimar a quantidade de umidade do solo, parâmetro muito importante para a agricultura e gestão de recursos hídricos. Não é fantástico como algo que pode ser um problema para o objetivo principal do GPS pode ser uma solução para outros problemas?

Portanto, quando você estiver usando o Google Maps para encontrar aquela chácara daquela festa de casamento no meio do nada, saiba que o GPS também possui muitas outras aplicações que estão constantemente sendo aprimoradas pelos cientistas nas universidades.

Mais informações e fontes:

 

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Propriedade Intelectual: Patentes (SciCast #587)

Por: Tarik Fernandes · Portal Deviante

O que é propriedade intelectual? O que são patentes? Para que servem as patentes? Podemos patentear qualquer coisa ou ideia? Como fazer uma patente? 

 

 

 

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Expediente:

Produção Geral: Tarik Fernandes

Equipe de Gravação: André Trapani, Tiago Protti Spinato, Fernanda Spinato, Ramon Carollo Sarabia Neto, Marcelo de Matos

Edição: TalknCast

Citação ABNT: Scicast #587: Patentes. Locução: André Trapani, Tiago Protti Spinato, Fernanda Spinato, Ramon Carollo Sarabia Neto, Marcelo de Matos. [S.l.] Portal Deviante, 12/04/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-587

Arte:


Referências e Indicações:

Sugestões de literatura:

[1] http://www.inovacao.unicamp.br/report/news-patentesinpi.shtml

[2] Colucci, G.; AIM Magazine; vol. 52; n°1; 1998; pp. 29-31.

[3] Iudici, N.; Patents as a source of competitive intelligence for analyzing the R&D strategy of Basell main competitors; Master of Science Technologies and Management – MaSTeM 2005; Università degli Studi di Ferrara.

[4] Merges, R.P.; On the Origins of Patent Law; Boston University School of Law; 1991.

[5] Rippe, K.D.; Gough, D.; European and International Patent Applications – A Practical Guide; Ed Carl Heymanns Verlag KG; Cologne, Berlin, Bonn, Munich; Germany, 2002.

[6] Amernick, B.A.; Patent Law for the non lawyer – A Guide for the Engineer Technologist and Manager; ed. Van Nostrand Reinhold; New York; second edition; 1991; cap 8; pp 91-98

[7] http://www.patentlens.net/daisy/adjuvants/ext/navaggregator/navaggregator

[8] The International Patent System in 2008 – PCT Yearly Review: Developments and Performance; http://www.wipo.int/export/sites/www/ipstats/en/statistics/pct/pdf/yearly_review_09.pdf

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Guaxinins: O Retorno dos Filhotes (RPGuaxa #161)

Por: Marcelo Guaxinim · Portal Deviante

RPG: Realidades Paralelas do Guaxinim, ou ainda RPGuaxa é um podcast gravado na forma de RPG; a cada episódio nosso Mestre Guaxinim apresenta um mundo novo aos jogadores e, juntos, criam uma nova história.

Todo programa é uma aventura única, uma história com inicio, meio e fim.

Tema do Episódio: Fantasia, Guaxinins.


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Produção e Edição Final: Marcelo Guaxinim.

Edição: Rafael Zorzal

Jogadores do Episódio: Jean, Sara e João Pedro.

Música: “Morning” Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 4.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

QUEM APOIA ESSE PROJETO: Adienny Silva; Adriana Cristina Alves Pinto Gioielli; Adriano Contreras Alberto; Agata Sofia; Alan Godoy De Quevedo; Alberto Dias De Souza; Alcides Junior; Alessandro Freitas; Alex Primo Brustolin; Alex Wiedermann; Alexandre Acioli; Alexandre Chagas Pelegrineli ; Alexandre Dotto; Alexandre Yuji Iwashita; Alisson Fernandes; Allan Felipe Rocha Penoni; Allen Teixeira Sousa ; Allyson Araujo; Ana Kurata; Anderson Bonfar; Anderson Camatari Vilas Boas; Anderson Furtunato; Anderson Key Saito ; André Gebran; Andre Toshio Freire Miyamoto; Andre Trapani Costa Possignolo; André Bernardo; André Luiz Pereira; Angélica Lyssa; Anselmo Joao Conzatti; Anthony Cuco; Antonio Carlos De Souza; Apophillis; Ariel N. 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Telerman; Rafael Pieper; Rafaela Flausino Malechesk; Raphael Do Nascimento Prado; Raphael Figueiredo Medeiros Lima; Raphael Pigozzo; Rayssa Fluvierz; Renan Lucena; Renan Otvin Klehm; Renan Shirabiyoshi Vieira; Renata Bartolomeu; Renata Bruscato; Renato Bordenousky Filho; Renato Campos; Rennan Magalh„Es; Ricardo Nespoli; Ricardo Silva; Ricardo Araujo; Ricardo Bordenousky; Ricardo Castro; Ricardo Laurentino Cintra Leite; Ricardo Mendes; Ricardo Santo; Ricardo Tuma Guariento; Roberta Pisco; Roberto Rodrigues; Roberto Spinelli Filho; Robson F. Vilela; Rodolpho Freire; Rodrigo Reis; Rodrigo Braga; Rodrigo Camargo; Rodrigo Junior Martins De Backer; Rodrigo Laureano; Rodrigo Magalhaes Mesquita; Rodrigo Rabelo; Rodrigo Ribeiro; Rodrigo Soares Azevedo; Sabrina; Samarone Cardoso; Samuel Volpato; Sandro Lazari; Selassié De Andrade Silva Júnior; Sérgio Coelho Bessa Da Costa; Silvio Misono Rodrigues; Silvio Vieira De Melo Junior; Tábatta Carneiro; Thais Boccia; Tharciano Dark Oliveira; Thigo Lara; Tiago Minatel; Tiago Oliveira; Uilma Melo; Ulisses Jose Peralta Dos Santos; Valdemario Oliveira Carvalho Junior; Valdo Raya; Victor Adriel Todescatto Kerller; Victor Hugo Alexandre; Vinicius Emanuel ; Vinicius Watzl; Vinicius Gagno Lima; Vinicius Zhu; Vinícius Batista; Vinícius Hillebrand Andriola; Vinícius Ribeiro Rodrigues; Vitor Busso; Vitor Carvalho; Vitor Coutinho Fernandes; Vitor Pra Medeiros; Wagner Rodrigues Dos Santos; Wallace Apolinário; Wayne Alvim; Wévison Guimarães; Yohance; Zero Dalmaso Carmona.

OBRIGADO A TODOS! E ESPERO LER SEU NOME NO PRÓXIMO GUAXAVERSO!

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Fronteiras no Tempo: Historicidade #55 Carlos Marighella, cinema e História

Por: C. A.

Nos versos da canção do Racionais MC’s ouvimos que revolução no Brasil tem um nome: Carlos Marighella. “As mil faces de um homem leal”, título da música, serve de inspiração para a conversa que tivemos com o pesquisador Ygor Pires, atualmente doutorando na UERJ, sobre este líder político assassinado pelo Estado enquanto lutava contra a opressão da ditadura civil-militar brasileira. Na entrevista falamos sobre as relações entre Cinema e História, sobre a vida de Marighella e, especialmente, sobre as repercussões da produção do filme sobre ele, lançado em 2019, com Seu Jorge no papel principal e a direção de Wagner Moura. Compreender as interseções entre estes temas é fundamental neste momento em que relembramos os 60 anos do golpe e, ainda, para que possamos ter papel mais ativo nos debates sobre a memória da ditadura, evitando que sejam apagadas as lutas das inúmeras vítimas que pereceram nas mãos do regime militar.

Arte da Capa

Arte da CapaDanilo Pastor


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Saiba mais do nosso convidado

Ygor Pires Monteiro

Currículo Lattes

Contato: ygor_pires01@hotmail.com

Redes sociais: Instagram @ygorpiresm

Site Nosso Cinema – críticas de cinema. 


Divulgação da produção do convidado

MONTEIRO, Ygor. P. (2018). Lúcia Murat: trajetos de uma vida pela ditadura civil-militar – sensibilidades cinematográficas e história pública (1989-2012). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil. Disponível: https://app.uff.br/riuff;/handle/1/13429

MONTEIRO, Ygor P. Possibilidades de estudos de recepção na interface história e cinema: a dimensão da internet. In: 2022: ANAIS do XIII Encontro Estadual da ANPUH – GO: História, Crise Ambiental e Vulnerabilidades Sociais, 2022, Goiânia. REPOSITÓRIO DE ANAIS DA ANPUH-GO, 2022. Disponível: https://anpuhgoias.com.br/periodicos/index.php/caliandra/article/view/53

MONTEIRO, Ygor P.. A recepção do filme ‘Marighella’ nas redes virtuais: disputas de narrativas sobre a ditadura civil-militar. In: Anpuh – 31º Simpósio Nacional de História, 2021, Rio de Janeiro. Cinema, historiografia e cultura visual, 2021. Disponível: https://www.snh2021.anpuh.org/site/anais

MONTEIRO, Ygor P.  Likes, dislikes e views: reflexões sobre linguagens e narrativas dos meios virtuais para a pesquisa histórica. Revista Historiar, [S. l.], v. 14, n. 26, p. 133–149, 2022. Disponível em: //historiar.uvanet.br/index.php/1/article/view/383.

MONTEIRO, Ygor P. Contextos, narrativas e recepções do filme Marighella: o micro e o macro no Brasil contemporâneo. Temporalidades –Revista de História, ISSN 1984 – 6150, Edição 37, v. 14, n. 1 (Jan./Ago. 2022). Disponível: https://periodicos.ufmg.br/index.php/temporalidades/article/view/39219

MONTEIRO, Ygor P.. Pensando a trajetória de Carlos Marighella na biografia jornalística e no cinema documentário. In: ANAIS da XV Semana de História Política da UERJ: O legado freiriano para o século XXI – interfaces entre história política e história pública, 2022, Rio de Janeiro.  Disponível: https://www.semanadehistoriapoliticauerj.com/2021


Indicações de referências sobre o tema abordado

BAMBA, Mahomed. A recepção cinematográfica. Teoria e estudos de caso. Salvador: EDUFBA, 2013  

ELSAESSER, Thomas; HAGENER, Malte. Teoria do cinema: Uma introdução através dos sentidos. Campinas: Papirus, 2018

FERRO, Marc. Cinema e história. São Paulo: Paz e Terra, 2010.

KRISTIAN, Feigelson; FRESSATO, Soleni B.; NÓVOA, Jorge Luiz B. (orgs.) Cinematógrafo: um olhar sobre a história. Salvador: EDUFBA, 2009

MAGALHÃES, Mário. Marighella: o guerrilheiro que incendiou o mundo. RJ: Companhia das Letras, 2012

MÜLLER, Angélica; IEGELSKI, Francine (orgs.). História do tempo presente: mutações e reflexões. RJ: FGV, 2022

NICHOLS, BILL. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus Editora, 2007

RIDENTI, Marcelo. O fantasma da revolução brasileira. São Paulo: Editora UNESP, 2010

ROSENSTONE, Robert. A história nos filmes, os filmes na história. SP: Paz e Terra, 2010.

STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. 5ª ed. São Paulo: Papirus, 2013.

XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico: A opacidade e a transparência. SP: Paz e Terra, 2008.

XAVIER, Ismail (org.). A experiência do cinema. SP: Paz e Terra, 2018.


Selo saberes históricos

Agora o Fronteiras no Tempo tem o selo saberes históricos. O que é este selo?

“O Selo Saberes Históricos é um sinal de reconhecimento atribuído a:

● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico
● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados
● Comprometidas com valores científicos e éticos.”

Saiba mais: https://www.forumsabereshistoricos.com/


Episódios Relacionados

Trilogia sobre a Ditadura Civil-Militar Brasileira

Fronteiras no Tempo #21 – Golpe de 1964  

Fronteiras no Tempo #22 – Ditadura Civil-Militar  

Fronteiras no Tempo #24: Fim da Ditadura Civil-Militar  

Outros episódios relacionados ao tema

Fronteiras no Tempo: Historicidade #51 Espionagem, Igreja e Ditadura Civil-Militar  

Fronteiras no Tempo: Historicidade #50 Museu do Trabalho e dos Direitos Humanos 

 Memória da Ditadura Civil Militar Brasileira – 27 Borean (Spin#1926 – 25/02/2023) 

Fronteiras no Tempo: Historicidade #14 Itamaraty e as Forças Armadas na Ditadura

Fronteiras no Tempo: Historicidade #9 Histórias da Ditadura Civil-Militar

 Contrafactual #32: E se não tivesse havido Ditadura Militar no Brasil? 

 


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Como citar esse episódio

Fronteiras no Tempo: Historicidade #55 Carlos Marighella, Cinema e HIstória. Locução: Marcelo de Souza e Silva e Ygor Pires Monteiro [S.l.] Portal Deviante, 09/04/2024. Podcast. Disponível em:  https://www.deviante.com.br/?p=62118&preview=true


Expediente 

Arte da vitrine: Danilo Pastor; Edição:  Talk’nCastRoteiro: Marcelo Beraba e C. A. Apresentação: Marcelo Beraba.


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves


 

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Hidrólise enzimática de pescados: minha iniciação científica na área de alimentos

Por: Lênin Machado Lopes

Olá pessoal. Aqui sou eu, Lênin, trazendo para vocês mais uma experiência pessoal. No texto de hoje, quero apresentar ao leitor como foi minha iniciação científica, esta que é imprescindível para qualquer pessoa que vá trabalhar (ou já trabalhou) com pesquisa e análises de cunho científico.

Esta ideia surgiu com um grupo de colegas redatores do Portal Deviante. Pessoas que já passaram por esta experiência iniciática intensa para o universo da ciência. Com esta série de textos que sairá ao longo das próximas segundas, queremos também te passar algumas ideias sobre o que esperar dessa etapa na sua vida profissional. Vamos nessa?

A minha iniciação científica aconteceu bem no meio do meu curso técnico integrado ao ensino médio, quando eu tinha 18 anos. O campus ofertava oportunidades tanto para pesca, criação de peixes ou processamento de pescados (manipulação, conservação de carne, etc.). Como eu queria ir para a área de alimentos, busquei oportunidades com o grupo de processamento. Houve uma bolsa, e assim comecei minha iniciação como pesquisador.

Meu primeiro projeto de pesquisa foi sobre hidrólise enzimática em subprodutos da indústria do pescado, em especial da cabeça de atum (Thunnus albacares) e da carcaça do peroá (Balistes capriscus). Minha primeira bolsa veio desse projeto, que foi ofertado pelo GEPP (Grupo de Estudo em Processamento de Pescado) do IFES campus Piúma.

Para entendermos o projeto, precisamos partir de alguns problemas ambientais oriundos da indústria de pescados. Os dados de nossa pesquisa inicial reforçam que a indústria de pescados possui um grande peso ambiental agregado aos descartes. Sobra muito carne depois que os peixes são filetados, principalmente da carcaça, das cabeças, das escamas, nadadeiras e rabo do animal [1]. Peixes como o peroá — largamente conhecido no litoral capixaba como “peixe porco” — possui um índice de descarte que chega a 65%! Muito pouco do peixe é efetivamente aproveitado como carne.

Todo este “descarte”, para falar a verdade, é proteína de alto valor biológico, que possui aminoácidos de grande valor agregado e bons efeitos nutricionais. Essa proteína poderia ser utilizada como receita para vários alimentos diferentes, ao invés de virar mais um descarte poluente. Pensando nisso, o grupo de processamento de pescado indicou a hidrólise como alternativa para transformar o rejeito em subproduto industrial.

Ou seja, reaproveitar algo que ia ser jogado fora para se tornar mais uma fonte de receita para a indústria, ofertando mais alimentos com bons efeitos à população!

Imagem um: De 2015 para cá, novas alternativas de reaproveitamento de resíduos apareceram no meio científico. Como esse sorvete baseado em óleo de tilápia e salmão, por exemplo, que substitui a gordura do creme de leite e outros óleos hidrogenados [2]. Essa fórmula não influencia negativamente no sabor e em outras qualidades do produto, como “dureza” e textura. Na imagem, podemos observar um sorvete de coloração creme em uma casquinha e com palito de madeira em cima. A sobremesa é mostrada por uma moça de máscara e touca, segurando-a com uma luva de látex. Todo seu traje é branco e o ambiente parece ser de laboratório, com itens como balança científica.

 

A hidrólise é o processo pelo qual a água, auxiliada por algum agente, funciona como reagente para quebrar moléculas em partes menores [3]. Esse agente pode ser um ácido, uma base ou até mesmo uma enzima. Para quem não sabe, enzima é uma proteína especializada em realizar funções. Algumas reúnem moléculas, outras as deformam. No processo de hidrólise, a enzima irá quebrar as moléculas — promover a “catálise” — logo é uma enzima catalítica.

Uma proteína é formada por muitas unidades de aminoácidos, como se fossem tijolinhos formando um prédio. No formato de prédios, a proteína da carcaça não era interessante para ser comestível. Então, precisávamos de uma enzima para quebrar a proteína da carcaça em dipeptídeos e tripeptídeos. Ou seja, pegar esses milhares de aminoácidos juntos, quebrá-los e pegar os caquinhos de dois aminoácidos ou três.

Assim, vira um produto de alto valor biológico e fácil digestibilidade. Porém, para uma enzima trabalhar de maneira eficiente, ela precisa estar em uma faixa de temperatura ideal, bem como pressão e pH adequados. Do contrário, a proteína/enzima vai perder sua estrutura, bem como sua função principal, ou seja, vai “desativar”.

Por ter um perfil de pH mais neutro, nosso trabalho preferiu trabalhar com a alcalase. A matéria prima foi solubilizada em água dentro de um biorreator, que auxilia na mixagem de todos os componentes. O tempo de reação do processo foi de 70 minutos com a temperatura de, no máximo, 65ºC.

Logo em seguida, para que a enzima parasse seu processo, foi necessário desativar a alcalase em temperaturas maiores. Lembra que eu disse sobre a desativação? Nessa fase, é um processo necessário para estabilizar o alimento. A desativação por desnaturação térmica ocorre na faixa de 85°C por 30 minutos.

 

 

Imagem dois: Um dos objetivos conquistados pelo projeto foi aumentar a conscientização ambiental no município sobre o valor que os resíduos podem retornar à sociedade. Na reportagem do jornal A Gazeta, o descarte irregular de vísceras de peixes virou oportunidade para fabricar ração animal [4]. Na figura, diversas embalagens plásticas de cor azul cheias com vísceras de peixes em um ambiente de paredes brancas.

 

Muitos indicadores foram avaliados para apontar se o hidrolisado estava apto a ser consumido ou não. O grau de hidrólise (GH) serve para medir a eficiência ou rendimento do processo de hidrólise naquelas condições de temperatura, pH e pressão. A estabilidade de emulsão e de espuma serve para entendermos o quanto a água e o óleo se misturam para formar a pasta, com poucas ou muitas bolhas.

Testes de composição centesimal também foram realizados, bem como de análise físico-química e microbiológica. Um resultado curioso foi a observação de maior quantidade de proteínas depois do processo em comparação com a quantidade anterior.

Isso ocorre pois também houve a quebra de lipoproteínas atrelados ao resíduo. Antes do processo, esse componente era contabilizado como lipídio em sua maior parte. Fatores como umidade, concentração de enzima e tempo de reação tiveram efeito significativo na qualidade da pasta final.

O resultado final é uma pasta de cor preta amarronzada, com aspecto viscoso, de minúsculas bolhas e sabor característico de pescado. O produto pode ser utilizado para formular alimentos como barra de cereal, pasta em creme ou até mesmo formular hambúrgueres e salgados. Pode ser usado por todos aqueles que precisam de ingestão de proteínas de alto valor nutricional, como atletas ou pessoas com necessidades especiais.

O que mais aprendi com esse projeto é que pequenas soluções podem revolucionar a maneira como a sociedade observa seus problemas. Quando cientistas se juntam com a comunidade, muitos benefícios podem ser colhidos por diversos grupos, incluindo empresas, governo, sociedade civil e a academia.

No meu caso, foi muito importante ver que a ciência tem que estar alinhada com os interesses da comunidade. Desta forma, somos capazes de observar a mudança das pessoas sobre o que é ciência, para que serve e quem a realiza. Tudo isso é de extrema importância nesses tempos de negacionismo científico. Hoje em dia, eu não mais trabalho com pesquisa, porém levo estes preceitos em todas as minhas vistorias técnicas e ações educativas. Só assim poderemos ter uma sociedade com consciência científica aprimorada.

Se você estiver entrando em um projeto de pesquisa, esteja pronto para aprender tudo sobre aquela área de estudo! Não se acanhe, pergunte sobre tudo o que quiser e mantenha sempre sua curiosidade afiada. Este é o seu momento de aprender, então cometa erros sem apreensão. Para fazer ciência de qualidade, é necessário aprender a lidar com resultados insatisfatórios às vezes. Não deixe que isso te coloque para baixo!

Qualquer resultado colhido é maravilhoso quando nos divertimos no caminho. E tenho certeza que o empreendimento científico se beneficiará de pessoas que sabem lidar com frustração de maneira leve e despretensiosa!

O que achou sobre minha experiência? Você também já fez algo como uma iniciação científica ou projeto igual a esse? Comente sobre sua experiência e até mais!

 

Referências
[1]: MENEZES, João Lucas Santos. Desenvolvimento e caracterização físico-química de hidrolisado proteico de peroá (Balistes capriscus) produzido a partir de coprodutos. Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) – Campus Piúma. Repositório institucional. 2017. Disponível aqui.
[2]: REZENDE, Claudinei. Feito com óleo de salmão e tilápia, ‘sorvete de peixe’ pode ajudar a reduzir poluição. Portal Hoje em dia, 13 mar. 2023. Disponível aqui.
[3]: OGEDA, Thais Lucy; PETRI, Denise FS. Hidrólise enzimática de biomassa. Química nova, v. 33, p. 1549-1558, 2010.
[4]: MIRENY, Lara. Projeto de Piúma coleta restos de pescado e transforma em ração animal. Portal A Gazeta, 29 mar. 2023. Disponível aqui.
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Quem Dera Eu Ser Uma Fabi (GuaxaVerso #106)

Por: Marcelo Guaxinim · Portal Deviante

GuaxaVerso destrinchando episódios e respondendo comentários! Se Flopar nunca existiu. Até porque…. Nunca existiu mesmo.

Esta semana vamos falar tudo sobre o episódio de 160.


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Edição: Marcelo Guaxinim.

“Love Song” Kevin MacLeod (incompetech.com)
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E a regulação da IA no Brasil?

Por: Tiago Protti Spinato

A maioria de nós lembra de uma época em que o mundo parecia funcionar de uma maneira mais lenta. As comunicações e também as nossas relações eram diferentes, mas com a internet tudo mudou, e agora toda nossa sociedade precisa aprender e se preparar para viver em um mundo onde tudo é praticamente imediato.

Na década de 1960, o famoso artista plástico Andy Warhol disse que no futuro todos teriam os seus 15 minutos de fama, talvez prevendo uma sociedade em que as redes sociais e a exposição da privacidade são quase uma regra nos tempos atuais.

Com o advento de tecnologias cada vez mais disruptivas, é necessário entender e regular as inovações que surgem rapidamente, principalmente no campo da inteligência artificial. Esse movimento já vem ocorrendo, como o exemplo do Projeto de Lei nº 2.338/2023, que tramita na nossa nação, ou mesmo o conjunto de normas éticas sobre inteligência artificial da União Europeia.

Porém, esse texto foca na tentativa dos legisladores brasileiros de buscar uma regulação dessa tecnologia, que a cada ano nos surpreende com suas inovações e possibilidades de uso em várias áreas diferentes. No projeto de lei citado, temos, no seu artigo de número 2, importantes diretrizes para o uso da inteligência artificial na nossa nação:

 

Art. 2º O desenvolvimento, a implementação e o uso de sistemas de inteligência artificial no Brasil têm como fundamentos:

I – a centralidade da pessoa humana;

II – o respeito aos direitos humanos e aos valores democráticos;

III – o livre desenvolvimento da personalidade;

IV – a proteção ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável;

V – a igualdade, a não discriminação, a pluralidade e o respeito aos direitos trabalhistas;

VI – o desenvolvimento tecnológico e a inovação;

VII – a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor;

VIII – a privacidade, a proteção de dados e a autodeterminação informativa;

IX – a promoção da pesquisa e do desenvolvimento com a finalidade de estimular a inovação nos setores produtivos e no poder público;

X – o acesso à informação e à educação, e a conscientização sobre os sistemas de inteligência artificial e suas aplicações.

Podemos entender que existe uma grande preocupação dos legisladores com o respeito aos direitos humanos e aos valores democráticos para que nenhum sistema de inteligência artificial seja usado de modo a causar danos às pessoas ou à sociedade.

Porém, é importante ressaltar que o projeto de lei também tem conhecimento do potencial desse tipo de tecnologia, e por essa razão também prevê o desenvolvimento tecnológico e a livre iniciativa para fomentar o uso e criação de sistemas de inteligência artificial.

O texto ainda prevê que os agentes de inteligência artificial sejam monitorados e que a sua segurança de sistema seja um fator primordial, com a governança de dados, o cuidado e a intervenção humana, e também com uma avaliação clara dos riscos que podem ser causados pelo uso desses sistemas.

Como justificativa para o projeto de lei, o legislador, em suas próprias palavras, relata:

O desenvolvimento e a popularização das tecnologias de inteligência artificial têm revolucionado diversas áreas da atividade humana. Além disso, as previsões apontam que a inteligência artificial (IA) provocará mudanças econômicas e sociais ainda mais profundas num futuro próximo.

Essa ainda é uma discussão que precisa ser pensada com muito cuidado, pois a tecnologia pode ser usada para diversos fins, e o Brasil busca, com esse projeto de lei, desenvolver e trazer algumas diretrizes básicas para o uso da inteligência artificial na nossa nação. Sabemos que ainda temos um longo caminho que deve ser percorrido, mas devemos estar sempre atentos aos Direitos Humanos e à proteção da sociedade, para que novas tecnologias não sejam fatores de exclusão ou preconceito de nenhum tipo.

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Teorias da Conspiração (SciCast #586)

Por: Tarik Fernandes · Portal Deviante

Como as teorias da conspiração “fisgam” a atenção e convencem as pessoas das mais variadas histórias, mesmo numa época de bastante acesso à informação? Quais os fatores psicológicos envolvidos nesse processo? Como entender essas questões pode nos ajudar enquanto sociedade no combate às fake News?

 

 

 

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Expediente:

Produção Geral: Tarik Fernandes

Equipe de Gravação: Tarik Fernandes, Daniele Silva, Antônio Lucas, João Victor Nizer , Livia Nádia da Costa Leite

Edição: TalknCast

Citação ABNT: Scicast #586: Teorias da Conspiração. Locução: Tarik Fernandes, Daniele Silva, Antônio Lucas, João Victor Nizer , Livia Nádia da Costa Leite. [S.l.] Portal Deviante, 05/04/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-586

Arte: Conspiracy Theories and Human Psychology


Referências e Indicações:

Sugestões de literatura:

Sugestões de filmes:

  • Série Inside Job (Departamento de conspirações): A trama gira em torno de uma parte secreta do governo – uma equipe disfuncional que precisa investigar conspirações mundiais. De disfarces complicados a sociedades secretas e orgias secretas, navegar na cultura do escritório na Cognito Inc. pode ser complicado, especialmente para a gênia da tecnologia anti-social Reagan Ridley. Mesmo em um local de trabalho cheio de metamorfos reptilianos e cogumelos psíquicos, ela é vista como a estranha por acreditar que o mundo poderia ser um lugar melhor. Reagan acha que pode fazer a diferença, se ao menos pudesse lider com seu pai desequilibrado, seus colegas de trabalho irresponsáveis ​​e, finalmente, conseguir a promoção com a qual ela sempre sonhou.
  • Série The Leftovers: Retrata uma sociedade em que uma parcela da população simplesmente desapareceu. Embora a série se volte mais para seitas em volta do acontecimento, criam-se também várias teorias malucas sobre porque as pessoas sumiram.

Sugestões de vídeos:

  • A psicologia das teorias da conspiração (Minutos psíquicos)O que leva alguém a acreditar em uma teoria da conspiração? Hoje você conhecerá um pouco da psicologia das crenças em teorias conspiratórias e como essas teorias não são nada inofensivas para uma sociedade. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=16Z3LxyNQSA&t=1s

 

Sugestões de links:

  • Pessoas mais escolarizadas acreditam menos em teorias conspiratórias (Agência Brasil): https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2023-09/pessoas-mais-escolarizadas-acreditam-menos-em-teorias-conspiratorias 

 

REFERÊNCIAS:

Bogart, L. M., & Thorburn, S. (2006). Relationship of African Americans’ sociodemographic characteristics to belief in conspiracies about HIV/AIDS and birth control. Journal of the National Medical Association, 98(7), 1144-1150. Brotherton, R., & Eser, S. (2015). Bored to fears: Boredom proneness, paranoia, and conspiracy theories. Personality and Individual Differences, 80, 1-5. http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2015.02.011

Douglas, K. M., Sutton, R. M., & Cichocka, A. (2017). The psychology of conspiracy theories. Current Directions in Psychological Science26(6), 538-542. https://doi.org/10.1177/0963721417718261

Jolley, D., & Douglas, K. M. (2014a). The effects of anti-vaccine conspiracy theories on vaccination intentions. PLoS One, 9(2), 898-906. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0089177 Jolley, D., & Douglas, K. M. (2014b). 

The social consequences of conspiracism: Exposure to conspiracy theories decreases intentions to engage in politics and to reduce one’s carbon footprint. British Journal of Psychology, 105(1), 35-56. http://dx.doi.org/10.1111/bjop.12018

Lobato, E., Mendoza, J., Sims, V., & Chin, M. (2014). Examining the relationship between conspiracy theories, paranormal beliefs, and pseudoscience acceptance among a university population. Applied Cognitive Psychology, 28(5), 617-625. http://dx.doi.org/10.1002/acp.3042

Swami, V., Voracek, M., Stieger, S., Tran, U. S., & Furnham, A. (2014). Analytic thinking reduces belief in conspiracy theories. Cognition, 133(3), 572-585. http://dx.doi.org/10.1016/j.cognition.2014.08.006

Van Prooijen, J. W., & Van Vugt, M. (2018). Conspiracy theories: Evolved functions and psychological mechanisms. Perspectives on Psychological Science13(6), 770-788. https://doi.org/10.1177/1745691618774270

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A medicina e o método científico

Por: Andre Trapani

Texto de Yasmim Pussente

Imagine você, um morador ou moradora de Recife no ano de 1685. Neste ano a população era assolada pela febre amarela, doença ainda sem nome que se acreditava ter sido trazida do continente africano e, assim como todas as doenças da época, era considerada pestilenta.

Você está sentindo dor de cabeça intensa, febre forte, dores musculares, vomitando e tendo palpitações. A primeira coisa que vai acontecer é algum ancião da sua família mandar você ir mais à missa, pois provavelmente algum demônio pode estar se aproximando para causar males ao seu corpo. Daí você se lembra que, realmente, não vai à missa faz duas semanas e se compromete a ir no próximo domingo sem falta.

Mesmo assim, as dores estão muito fortes e você acaba indo buscar ajuda com o boticário da região. Não, não é a loja que vende cosméticos, é o médico da época, aquele que tinha licença para produzir medicamentos para as enfermidades locais. Você chega esperançoso na botica e descobre que ainda não existe um medicamento para a sua enfermidade, somente alguns bálsamos à base de vegetação nativa para aliviar as dores sentidas pelo corpo.

O botica reforça a necessidade de orar mais e pedir ajuda à Deus, pois ele opera milagres e poderia salvá-lo. Você volta desolado para sua casa e cumpre sua promessa indo à igreja no domingo que se aproxima. Para fechar a história redondinha, do jeito que eu gosto nos filmes românticos, você se salva depois de alguns dias usando os bálsamos vendidos pelo botica, agradece à Deus pelo livramento e continua indo às missas como um bom cristão.

Hoje sabemos que a febre amarela é transmitida pela picada de mosquitos, mas na época não se tinha a mínima ideia de sua forma de transmissão, o que dificultava em muito sua prevenção. Não se sabia, também, seu mecanismo de ação no corpo, o que dificultava a produção de um remédio para tal.

Quando você se sente mal e vai ao posto de saúde do seu bairro e é atendido por um médico que passou por 6 anos de formação e mais 2 anos de residência em algum hospital aprendendo mais sobre o corpo humano e as doenças. Às vezes nem vai ao posto, sentiu uma dor de cabeça você vai à farmácia e pede uma dipirona ou paracetamol. Antes de continuarmos, vale reforçar que automedicação é perigoso em qualquer caso e ao persistirem os sintomas um médico deverá ser consultado.

Agora, pegue um analgésico desse e uma vacina contra a febre amarela e entre em uma máquina do tempo para ajudar alguém em 1685 no Recife. Primeiro, explique ao sujeito que veio do futuro e depois explique que o remédio em suas mãos alivia a dor de cabeça dele e que a vacina pode ser aplicada em alguma pessoa sadia, de livre escolha, para que não sofra com a doença mesmo sendo contaminada por ela posteriormente. Sem sombra de dúvidas, é mais provável ele acreditar que você viajou no tempo do que aceitar tomar a tal pastilha branca ou injetar a vacina em alguém.

Todo medicamento, vacina, protocolo de tratamento ou método de prevenção que conhecemos atualmente precisou passar por um longo, minucioso e indispensável processo de pesquisa científica. Existe um filme maravilhoso, mas muito difícil de assistir sem um lenço a tiracolo, que explica muito bem todo esse processo metódico para encontrar uma cura ou tratamento.

O filme se chama Óleo de Lorenzo (disponível na plataforma de filmes PrimeVideo) e é baseado em uma história real de um menino de 5 anos que foi acometido por uma doença rara chamada adrenoleucodistrofia (ALD). Na época em que ele foi diagnosticado, pouco se sabia sobre a doença e ainda não havia uma forma de tratamento eficaz. O médico foi sincero e direto com a família, dizendo que as observações, até o momento, o levavam a crer que a morte era certa após 2 anos. Explica, também, que a doença é causada por um defeito genético que impossibilita o Lorenzo de metabolizar gorduras de cadeias longas e o acúmulo dessa gordura no sangue acaba degradando um constituinte importante das células nervosas do cérebro. Os sintomas começam com irritabilidade, atraso no crescimento, cansaço, dificuldade para se locomover, cegueira, surdez, outras mazelas e, por fim, a morte. O cérebro é o grande controlador do nosso corpo, é ele que faz você respirar e seu coração bater enquanto dorme tranquilamente. É ele que analisa e ordena reações para as ações sentidas. A degeneração de suas células acaba por desequilibrar todo o corpo até a morte.

Diante desta notícia, os pais começam uma busca desenfreada por um tratamento ou cura para seu filho e acabam encontrando um doutor que está iniciando uma pesquisa científica com base nutricional para o tratamento da ALD com algumas crianças diagnosticadas. Os pais de Lorenzo aceitam colocar o filho na dieta que será testada por longos 6 meses, mas a dieta não surte o efeito esperado, aumentando ainda mais os níveis de gorduras de cadeias longas no sangue dos pacientes envolvidos na pesquisa.

Os pais ligam para o doutor, que explica que mesmo com resultados negativos, o processo precisa ser completado em seus 6 meses de aplicação, seguindo o rigor da pesquisa médica. É triste, mas resultados ruins em pesquisas também são resultados e trazem mais aporte de conhecimento sobre a doença, ajudando no processo para a cura ou tratamento mais eficaz. Esse rigor nos estudos realizados com animais e seres humanos, com o máximo de controle, é o que nos levou a ter tantos avanços na área da medicina.

Outro exemplo, divertido até, é o caso do remédio citrato de sildenafila. Inicialmente desenvolvido para angina, uma dor no peito causada pela isquemia cardíaca. E você deve estar se perguntando o que seria isquemia, e tudo bem, não somos obrigados a saber de tudo. O que importa é que ele começou a ser desenvolvido e testado para problemas relacionados ao coração. Mas, durante as pesquisas, um dos efeitos colaterais observados em todos os homens participantes foi a ereção significativa do pênis.

Sim, isto mesmo que você leu. Acabou que o medicamento foi mais vendido para tratar disfunção erétil do que propriamente o problema de angina. Descobertas podem ser feitas ao acaso, mas sempre baseadas em processos seguidos à risca e comprometimento total com o método científico. Para finalizar, assistam o filme e leiam mais sobre o citrato de sildenafila. Pode render boas conversas e ainda incentivar novas ligações neurais no seu cérebro. E eu sei disso baseado em muita pesquisa científica, pode acreditar.

 


Yasmim Pussente

Professora de mentes brilhantes, viciada em panquecas e formada em química graças ao acaso.

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Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #16 60 anos do Golpe de 1964

Por: C. A.

O Fronteiras no Tempo: Giro Histórico conta em seu 16 episódio com a participação dos historiadores Willian Spengler e C. A. que abordam os 60 anos do Golpe Civil-Militar de 1964. Este é o primeiro Giro Histórico que abordará, durante o mês de abril, a temática a partir de diversas perspectivas. Hoje você entenderá como a História da Ditadura ainda está vida e como historiadoras e historiadores têm interpretado esta História nos últimos 20 anos.

Arte da Capa

Arte da Capa: Marcelo Beraba


MENCIONADO NO EPISÓDIO

Trilogia sobre a Ditadura Civil-Militar Brasileira

Fronteiras no Tempo #21 – Golpe de 1964  

Fronteiras no Tempo #22 – Ditadura Civil-Militar  

Fronteiras no Tempo #24: Fim da Ditadura Civil-Militar  

Outros episódios relacionados ao tema

Fronteiras no Tempo: Historicidade #51 Espionagem, Igreja e Ditadura Civil-Militar  

Fronteiras no Tempo: Historicidade #50 Museu do Trabalho e dos Direitos Humanos 

 Memória da Ditadura Civil Militar Brasileira – 27 Borean (Spin#1926 – 25/02/2023) 

Fronteiras no Tempo: Historicidade #14 Itamaraty e as Forças Armadas na Ditadura

Fronteiras no Tempo: Historicidade #9 Histórias da Ditadura Civil-Militar

 Contrafactual #32: E se não tivesse havido Ditadura Militar no Brasil? 


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Selo saberes históricos

Agora o Fronteiras no Tempo tem o selo saberes históricos. O que é este selo?

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● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico
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Como citar esse episódio

Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #16 60 anos do Golpe de 1964. Locução Cesar Agenor F. da Silva e Willian Spengler. [S.l.] Portal Deviante, 02/04/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=62084&preview=true


Expediente

Produção Geral e Host: C. A. Arte do Episódio: Marcelo Beraba. Edição: C. A.


Trilha sonora utilizada

Birds – Corbyn Kites

Wolf Moon – Unicorn Heads

Dance, Don’t Delay de Twin Musicom é licenciada de acordo com a licença Atribuição 4.0 da Creative Commons. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Fonte: http://www.twinmusicom.org/song/303/dance-dont-delay

Artista: http://www.twinmusicom.org


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves

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QML: A nova fronteira da inteligência artificial

Por: Pedro Henrique

A inteligência artificial (IA) está rapidamente se tornando uma parte essencial de nossas vidas. Embora muitos não a utilizem diretamente, a IA está presente em diversos aspectos do nosso dia a dia, desde a otimização de rotas em aplicativos de navegação até diagnósticos médicos mais precisos. A IA automatiza tarefas, aumenta a eficiência e impulsiona a tomada de decisões em áreas como saúde, finanças, varejo e manufatura.

No entanto, por mais que a IA atual seja incrível e tenha um potencial muito grande, ela está limitada pela capacidade dos computadores clássicos. Já os computadores quânticos, com suas capacidades únicas, abrem um novo universo de possibilidades para a IA. Através da computação quântica, podemos realizar cálculos complexos que antes eram impossíveis, impulsionando a inteligência artificial para uma nova era. O QML (Quantum Machine Learning) é justamente isso, uma nova fronteira a ser explorada.

 

O futuro da IA com a computação quântica

Embora o QML esteja em seus estágios iniciais de pesquisa e desenvolvimento, é possível imaginar seu potencial imenso. O QML tem o potencial de revolucionar setores importantíssimos para a sociedade, transformando a forma como vivemos, trabalhos e resolvemos problemas.

Os computadores quânticos se diferenciam dos clássicos principalmente em três pilares: paralelismo, entrelaçamento e superposição. Com princípios físicos diferentes, as possibilidades se tornam imensas.

Resumidamente, o paralelismo permite que o computador quântico realize diversos cálculos em múltiplos estados simultaneamente. Isso torna o processamento de grandes volumes de dados uma tarefa trivial.

Já o entrelaçamento permite que computadores quânticos conectem vários qubits (bits quânticos) de forma que eles se influenciem mutuamente e em tempo real, possibilitando a criação de algoritmos extremamente eficientes e poderosos.

Por fim, mas não menos importante, a superposição possibilita que os computadores quânticos representem e processem informações em múltiplos estados ao mesmo tempo.

Tudo isso torna o computador quântico um par perfeito para a inteligência artificial.

 

Alguns exemplos de aplicações promissoras do QML

A união do computador quântico com a inteligência artificial pode revolucionar diversos setores. Seguem alguns exemplos:

  • Química Quântica: Simulação precisa de moléculas e reações químicas para o desenvolvimento de novos medicamentos e materiais (como para o desenvolvimento dos reatores para gerar energia por meio da fusão nuclear).
  • Otimização: Solução de problemas complexos de logística, finanças e gerenciamento de recursos com maior eficiência e rapidez. Por exemplo, a logística para a distribuição de milhões de produtos para milhões de pessoas da forma mais eficiente (gastando menos, com mais rapidez e agilidade).
  • Criptografia: Criação de algoritmos de criptografia quântica inquebráveis para garantir a segurança de dados confidenciais e importantes (para governos e empresas com dados sensíveis).
  • Machine Learning: Treinamento de modelos de machine learning mais precisos e eficientes para diversas aplicações, como reconhecimento de imagem e tradução de idiomas. Considere, por exemplo, os carros autônomos que toma decisões baseadas no input de diversos sensores ao mesmo tempo.

Além disso, a junção da IA com a computação quântica pode viabilizar a criação de AGIs (inteligência artificial geral), o que seria incrível.

 

Principais desafios

Apesar de empresas (principalmente as big techs), governos e universidades estarem investindo pesado no desenvolvimento de computadores quânticos, essa tecnologia enfrenta desafios de diversos tipos para a sua viabilidade. Já existem computadores quânticos funcionais e diversos algoritmos de QML, mas ainda estão em estágio embrionário de pesquisa e desenvolvimento. Entre esses desafios, estão:

  • Escalabilidade: Aumentar o número de qubits em um computador quântico sem aumentar significativamente a taxa de erro é um desafio crucial. O computador quântico com o maior número de qubits é da IBM, com 433 qubits (o que já é incrível).
  • Refrigeração: Os computadores quânticos precisam ser mantidos em temperaturas extremamente baixas (próximas ao zero absoluto) para funcionar corretamente. Isso se deve aos supercondutores presentes no projeto.
  • Conectividade: Melhorar a conectividade entre os qubits é essencial para aumentar a eficiência do processamento quântico.
  • Fabricação: A produção de computadores quânticos precisa ser mais eficiente e confiável para reduzir custos e aumentar a viabilidade.
  • Algoritmos: Desenvolver algoritmos quânticos eficientes que tirem proveito das capacidades únicas dos computadores quânticos é fundamental para explorar todo o seu potencial.
  • Compiladores: Criar compiladores que convertam algoritmos quânticos em linguagem que os computadores quânticos possam entender é um desafio importante.
  • Simuladores: Desenvolver simuladores de software para testar e depurar algoritmos quânticos antes de serem executados em hardware real é essencial para acelerar o desenvolvimento.
  • Criptografia: Criar algoritmos de criptografia quântica que sejam seguros contra ataques de computadores quânticos é crucial para proteger dados confidenciais.
  • Privacidade: Garantir a privacidade dos dados processados por computadores quânticos é fundamental para evitar violações de privacidade.

A colaboração global e o compartilhamento de conhecimentos serão essenciais para superar os desafios e tornar o computador quântico viável em um futuro próximo.

 

Conclusão

O QML é uma tecnologia emergente com potencial para transformar o mundo. A jornada para superar os desafios e explorar todo o potencial do QML está apenas começando. Através do trabalho conjunto e da busca por inovação, podemos construir um futuro onde a inteligência artificial quântica seja utilizada para o bem da humanidade.

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Inteligência Artificial Transformativa

Por: Pena

O Santo Graal da Inteligência Artificial é a chamada IAG (Inteligência Artificial Geral), uma IA capaz de realizar qualquer atividade intelectual igual ao melhor ser humano de cada área, ou seja, uma máquina que seria o Einstein em todas as especialidades. Hoje existe uma corrida entre as big techs para alcançar a IAG, e não há dúvida de que quem fizer isso primeiro terá um poder absurdo no mundo. Alguns, como eu, acreditam que a IAG surgirá ainda nesta década; outros acham que virá em menos de 5 anos. Pelo andar exponencial das IAs, pode ser possível ocorrer até antes disso.

Fato é que, no momento em que a IAG chegar, ela poderá fazer diversas coisas interessantes, incluindo a tarefa de projetar uma máquina ainda mais inteligente, uma SIA (Superinteligência Artificial). No entanto, não sabemos quão rápido ela seria capaz de realizar essa e outras tarefas realmente impactantes no mundo. O próprio Einstein levou 10 anos para refinar sua teoria da relatividade e passou o resto da vida buscando um jeito de unificar a relatividade com o eletromagnetismo, sem sucesso. Não é porque surgiu uma IAG que imediatamente o mundo será transformado. Talvez falte processamento ou energia suficiente para que ela rode de maneira rápida. Talvez falte um jeito eficiente de enviar zilhões de dados para a máquina analisar. Talvez ela leve anos para conseguir projetar a máquina superinteligente ou para descobrir coisas revolucionárias como novos materiais incrivelmente leves e resistentes, novas formas de energia limpa e barata, ou qualquer outro avanço profundamente transformador (o que pode incluir impactos negativos, caso essa máquina não esteja tão interessada no bem da humanidade). Essa máquina, que agora é capaz de transformar profundamente a humanidade, para o bem ou para o mal, chamaremos de IAT, uma Inteligência Artificial Transformativa.

O processo que ocorre do surgimento da IAG até a chegada da IAT é o que chamamos de Decolagem. Pense num avião decolando na pista. Enquanto ele está ganhando velocidade sobre o asfalto, ainda há formas de segurar o avião ou meios de interferir com o voo. Alguém pode desligar seu motor ou bloquear a passagem com um obstáculo. Fato é que o avião ainda está no chão e acessível a nós, humanos, que também estamos no chão. Mas, no momento em que ganha velocidade suficiente para alçar voo, o avião se torna capaz de realizar tudo para o qual foi de fato projetado, além de escapar permanentemente das nossas rédeas. Esse é o ponto que chamamos de Singularidade Tecnológica, e queremos muito que esse avião seja pilotado por uma IA benevolente, ou, como eu gosto de chamar, uma IAmiga. Hoje existe muita especulação se a decolagem será rápida ou devagar. A diferença entre elas pode ter consequências enormes. Me diga se você tem interesse em saber mais sobre a Decolagem ou outros assuntos ligados à IA, que aí eu me animo em continuar a escrever por aqui.

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SciKids (SciCast #585)

Por: Tarik Fernandes · Portal Deviante

Será que os cachorrinhos e gatinhos podem comer ovos de Páscoa? E se for de chocolate branco? Será que existe um porquê da existência do Universo? Mas, com certeza deve existir um porquê dos coelhos pularem tanto, será? E o seu reflexo no espelho, com ele acontece?

 

 

 

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Expediente:

Produção Geral: Tarik Fernandes

Equipe de Gravação: Tarik Fernandes e Fernando Malta

Edição: TalknCast

Citação ABNT: Scicast #585: Scikids. Locução: Tarik Fernandes, Fernando Malta. [S.l.] Portal Deviante, 29/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-585

Arte: Jânio Garcia


Perguntas do episódio

Pergunta da Laura de 6 anos: “Por que os coelhos pulam muito?”. Respondida pelo Fencas

Pergunta da Juliana: “Qual é o motivo da existência do Universo?”. Respondida pelo Tulio

Pergunta da Karine de 8 anos:  “Cachorro pode comer ovo de páscoa?”. Respondida pelo Tarik

Pergunta do Otávio de 7 anos: “Como e porque vemos nosso reflexo no espelho?”. Respondida pelo Fencas.

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Pobres Criaturas: Bella Baxter e seus ensinamentos sobre o que nos torna humanos

Por: Anna Rita Erthal

Alerta: Esse texto contém um conteúdo sensível e adulto e pode não ser apropriado para todas as audiências. O filme do qual o texto trata tem classificação indicativa de 18 anos. 

O filme “Pobres Criaturas” (2023) com direção de Yorgos Lanthimos foi vencedor de vários prêmios Oscar. Confesso que nunca tinha ouvido falar, mas depois de tanta repercussão o filme despertou certo interesse. O que eu não sabia é o quanto ele me encantaria por sua trama cativante e que dentro dele eu encontraria tantos temas relacionados ao processo do desenvolvimento psicossocial humano.

Pobres Criaturas é uma mistura fascinante de ficção científica, fantasia e comédia. A trama começa quando um cirurgião renomado, Godwin Baxter, toma uma decisão ousada: reviver o corpo de uma jovem chamada Victoria, vítima de suicídio. Victoria estava grávida, então ele decide realizar um procedimento bizarro: transplantar o cérebro do feto para o corpo dela. De acordo com Godwin, não seria justo reviver a mulher que decidiu tirar a própria vida, mas que ele ainda assim queria dar uma segunda chance àquela vida que ela estava para gerar.

Godwin, que sempre apreciou e seguiu à risca o método científico, não queria que ela saísse do ambiente controlado do laboratório, com medo das variáveis confundidoras atrapalharem a validade do seu experimento. Portanto, as primeiras fases de seu desenvolvimento são dentro de uma casa laboratório de seu pai. Parte do seu experimento também envolveu o afeto que Godwin estabeleceu com Bella Baxter, o que ajudou no seu rápido progresso.

A princípio, durante o estágio sensório-motor de Jean Piaget, Bella Baxter possui uma fala extremamente limitada e movimentos rígidos, típicos de uma criança aprendendo a andar e falar. Entretanto, ao longo de sua jornada, Bella atinge outros marcos, como o período pré-operatório. Nessa fase, a comunicação já está melhor desenvolvida, e a criança inicia seu questionamento ao redor do mundo em que vive. No filme, é possível perceber esse marco quando Bella inicia sua viagem à Europa com Duncan Wedderburn, um homem que influencia Bella a se aventurar na vida antes de ter sua mão entregue à Max McCandles, seu futuro marido. Ao lado de Duncan, Bella deseja satisfazer seus desejos e experimentar novos sentimentos, como demonstrada por sua grande vontade e liberdade perante ao sexo. 

Durante sua travessia de navio, podemos ver sua visão de mundo se expandindo conforme ela é apresentada à filosofia, ao patriarcado, ao capitalismo e às normas sociais e de gênero. Ela vai de uma mulher ingênua e encantada pelo mundo ao seu redor para uma pessoa que entende o mundo da forma que ele realmente é. Bella, mesmo assim, não se deixa abalar, e seu jeito otimista ainda procura melhorar o mundo. Por exemplo, quando ela se depara com a pobreza extrema de uma determinada comunidade, ela resolve pegar todo o dinheiro de seu amante para ajudá-los. Uma fala muito marcante de Bella é “se eu entendo sobre o mundo, então posso melhorá-lo”.

 O filme também pode ser lido como um empoderamento feminino. Bella é uma personagem livre, pansexual, não-monogâmica, e que não entende certos tabus relacionados ao sexo. Um bom exemplo disso é quando Bella está em uma mesa de jantar com seus novos amigos e expõe seu apreço à parte fálica de Duncan.

 Mesmo tendo gostado muito de seus momentos aventureiros com Duncan, ela aprende a pôr um fim nessa relação, por entender que nele há traços fortes de controle, possessividade e ciúmes. Outro exemplo de empoderamento é visto quando Bella passa um tempo trabalhando em uma casa noturna, e questiona a dona o porquê de serem os homens quem tem que escolher com quem vão passar a noite, e afirma que isso deveria ser uma escolha da mulher.

Pobres Criaturas é encantador. É como se pudéssemos ver toda uma construção de identidade de uma pessoa sob uma ótica experimental e de um jeito acelerado. Somos um ser social, e nossa construção é moldada a partir do ambiente em que vivemos, e o filme deixa isso explícito. Por ter passado tanto tempo dentro de um laboratório, Bella não entende porque as pessoas se conformam tanto às relações abusivas, porque existem tantos manuais sobre odo que é certo e errado, ou porque nós não podemos só sermos mais autênticos com quem nós realmente somos e com o que nós realmente gostamos. É super instigante ver a espontaneidade de Bella quando ela demonstra seu jeito único de dançar, falar e reagir aos acontecimentos. Porém, nada disso interfere na sensibilidade da personagem e na preocupação que ela possui com o outro.

Bella Baxter é uma personagem incrível que tenho certeza que vai servir de inspiração para muitas pessoas. Ela nos faz questionar regras pré-estabelecidas, e nos faz acreditar que se alguém as determinou no passado, elas estão sim passíveis de mudança. Ela nos faz sentir aliviadas de que não estamos sozinhas nessa, e que podemos sim ser livres e escolher nosso próprio caminho. Esse filme, apesar de cenas extraordinariamente exageradas, traz um ponto importantíssimo para debate: quem é você antes de o mundo dizer quem você deveria ser?

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Sonhos de Ananda (RPGuaxa #160)

Por: Marcelo Guaxinim · Portal Deviante

RPG: Realidades Paralelas do Guaxinim, ou ainda RPGuaxa é um podcast gravado na forma de RPG; a cada episódio nosso Mestre Guaxinim apresenta um mundo novo aos jogadores e, juntos, criam uma nova história.

Todo programa é uma aventura única, uma história com inicio, meio e fim.

Tema do Episódio: Fantasia Medieval, Guerra.


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Expediente:

Produção e Edição Final: Marcelo Guaxinim.

Edição: Rafael Zorzal

Jogadores do Episódio: Agatha Sofia, Mel e Luco.

Música: “Morning” Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 4.0 License
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

QUEM APOIA ESSE PROJETO: Adienny Silva; Adriana Cristina Alves Pinto Gioielli; Adriano Contreras Alberto; Agata Sofia; Alan Godoy De Quevedo; Alberto Dias De Souza; Alcides Junior; Alessandro Freitas; Alex Primo Brustolin; Alex Wiedermann; Alexandre Acioli; Alexandre Chagas Pelegrineli ; Alexandre Dotto; Alexandre Yuji Iwashita; Alisson Fernandes; Allan Felipe Rocha Penoni; Allen Teixeira Sousa ; Allyson Araujo; Ana Kurata; Anderson Bonfar; Anderson Camatari Vilas Boas; Anderson Furtunato; Anderson Key Saito ; André Gebran; Andre Toshio Freire Miyamoto; Andre Trapani Costa Possignolo; André Bernardo; André Luiz Pereira; Angélica Lyssa; Anselmo Joao Conzatti; Anthony Cuco; Antonio Carlos De Souza; Apophillis; Ariel N. 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OBRIGADO A TODOS! E ESPERO LER SEU NOME NO PRÓXIMO GUAXAVERSO!

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Quebre a Perna! (Miçangas #207)

Por: Marcelo Guaxinim · Portal Deviante

Essa semana vamos falar do Teatro,  a terceira arte!


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ComédiaMarcelo Guaxinim, Jujuba Vilela Drama: Fernando Maffia 

Edição, Suor e… AçãoTalk’ nCast.

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Você quis dizer Levenshtein? Parte 1

Por: Cézar Antônio

Em algum dia da sua vida você possivelmente digitou alguma palavra de forma incorreta e foi educadamente corrigido por um software. O Editor de Texto Microsoft Word, por exemplo, marcou a gramática de muita gente com este recurso.

Imagem do mascote clássico do Microsoft Word, o clips de papel Clippy. Na imagem, um clips de papel com dois olhos.

Contudo, você já parou para imaginar qual é a lógica existente nesse processo de correção gramatical?

Irei lhe apresentar, neste e em outros artigos, um algoritmo que mede de forma bastante engenhosa a similaridade entre duas palavras e que, por consequência, também é utilizado em outros  campos do conhecimento como Análise de DNAInspeção de Direitos Autorais e até mesmo Identificação de discurso de ódio em Redes Sociais.

 

Conceito Inicial

Em 1965 um Matemático Russo chamado Vladimir Levenshtein apresentou ao mundo um conceito chamado de Distância Levenshtein, que calcula, através de um conjunto de regras, se duas palavras são similares ou não.

Fotografia da pesquisador Russo, falecido no ano de 2017, responsável por grandes contribuições em diversos campos.

Em suma, o algoritmo criado por esse famoso cientista monitora a utilização de 3 tipos básicos de operações de edição (inserção, remoção e substituição).

A quantidade de vezes que essas operações precisam ser utilizadas para igualar duas palavras é entendida como a distância entre elas.

Desse modo, a técnica inventada pelo Russo recebeu duas nominações distintas: alguns a chamam de Distância de Levenshtein e outros de Distância de Edição.

Para um melhor entendimento, veja os exemplos abaixo:

  • Para igualar a palavra Bola com a palavra Bela é necessário realizar uma operação de substituição (substituir a letra o pela e). Logo a distância entre as duas é 1.
  • Para igualar a palavra Novo com a palavra Nosso é necessário realizar 2 operações (substituir a letra v por s e inserir a letra s mais uma vez). Logo a distância entre as duas  é 2.
  • Para igualar a palavra Todos com a palavra Todo é necessário realizar uma operação de remoção (a letra s no final). Logo a distância entre elas é 1.

Contudo, se pra nós humanos a atividade de identificar a distância entre palavras pequenas como Nosso, Novo, Bela e Bola é trivial,  ensinar computadores a fazer o mesmo trabalho pode ser um pouco mais trabalhoso.

 

Complicando as coisas

Em princípio é importante definir que uma letra vazia e sem nenhum caractere (sinalizada aqui por duas aspas simples) será o ponto de partida para construímos o nosso raciocínio.

No livro Algoritmos , Sanjoy Dasgupta representa esse caractere vazio  com um  sublinhado (_).  Portanto, fique a vontade para substituir as aspas por algum outro caractere especial.

Assim sendo, a  tabela abaixo exibe a distância entre um caractere vazio e fragmentos da palavra Bola.

Caracter Palavra Distância
0
B 1
BO 2
BOL 3
BOLA 4

De tal sorte que o comportamento se repete, quando trocarmos a palavra por Bola por Bela. 

Caracter Palavra Distância
0
B 1
BE 2
BEL 3
BELA 4

Finalmente, quando colocamos as duas tabelas juntas, temos a seguinte configuração

B BO BOL BOLA
0 1 2 3 4
B 1
BE 2
BEL 3
BELA 4

 

Conclusão

Decerto chegamos em um ponto onde a inserção do conceito de Programação Dinâmica se tornou inevitável.

O que torna tudo um pouco mais complexo e eventualmente mais fascinante.

Para ganharmos dinamismo quando formos retomar o assunto na parte 2 eu resumi a última tabela mostrada, para o modelo abaixo (que é o encontrado em diversos livros e que num primeiro contato, parece ser meio confuso).

B O L A
0 1 2 3 4
B 1
E 2
L 3
A 4

Eu espero muito que todas as ideias tenham ficado claras para você até o momento. E antes de qualquer coisa já lhe peço para utilizar os comentários na intenção de fazer alguma observação ou dúvida sobre o assunto apresentado .

Te aguardo na próxima parte, na qual irei aprofundar um pouco mais no tema.

Muito obrigado pela leitura e um grande abraço.

 

Referências

  • Entendendo Algoritmos – Aditya Y. Bhargava
  • Algoritmos – Sanjoy Dasgupta, Christos Papadmitriou, Umesh Vazirani
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Fronteiras no Tempo #79 Questão Agrária no Brasil – parte 1

Por: C. A.

A posse, a propriedade, o controle e o domínio econômico e social sobre a terra sempre foram pontos fundamentais na História do Brasil. Nesse episódio que marca o retorno da nossa atração principal em 2024, C. A., Marcelo Beraba e o estagiário Rodolfo refletem sobre as transformações sociais, econômicas e jurídicas das terras agriculturáveis desde o período colonial até o início da 1ª República. Entenda por que a questão agrícola sempre esteve no centro dos debates políticos nacionais e a importância de refletirmos sobre este tema tão caro ao dar play.

 

Arte da Capa

Arte da CapaDanilo Pastor


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Fronteiras no Tempo #79 Questão Agrária no Brasil parte 1. Locução Cesar Agenor F. da Silva, Marcelo de Souza Silva, Rodolfo Grande Neto e Willian Spengler. [S.l.] Portal Deviante, 26/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=62016&preview=true


Expediente

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Produção Geral e Hosts: C. A, Beraba, Rodolfo Grande Neto, Willian Spengler e Beatriz Molina. Edição e Arte do EpisódioDanilo Pastor (Nativa Multimídia).


Material Complementar

Links

Há 170 anos, Lei de Terras oficializou opção do Brasil pelos latifúndios. Fonte: Agência Senado

Lei de Terras de 1850 na íntegra

Livros

ALENCASTRO, L. F. DE. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Cia das Letras, 2000

CASTILHO, Alceu Luis. Partido da Terra: como os políticos conquistam o território brasileiro. São paulo. Editora Contexto. 2012

IANNI, Octavio. Origens agrárias do Estado Brasileiro. São Paulo: Brasiliense, 1984.

LINAHRES, Maria Yedda e SILVA, Francisco Teixeira da. Terra Prometida. Uma história da questão agrária no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.

MARTINS, José de Souza. O cativeiro da terra. 9ª. Edição. São Paulo: Contexto, 2020

PRADO JR., Caio. A Revolução Brasileira e a questão agrária no Brasil. São Paulo: Cia. Das Letras, 2014.

PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Cia das Letras, 2011.

SILVA, Ligia Osório. Terra devolutas e latifúndios: efeito da lei de terras de 1850. Campinas: Unicamp, 1996.

STEDILE, João Pedro; FERNANDES Bernardo Mançano. Brava Gente: a trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1999.


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves

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Crescimento Populacional, Caos e Efeito Borboleta Explicados do Jeito Menos Interessante Possível (Parte 1)

Por: Augusto Cainelli

Acredito que todos tem conhecimento e usam regularmente a palavra “caos” para se referir a um evento desordenado ou fora dos padrões. Também acho que está no imaginário popular a expressão “efeito borboleta” para se referir a pequenas variações que implicam grandes resultados futuros — e também um filme meia boca dos anos 2000. E, por fim, creio que todos que tiveram aulas de geografia no colégio se lembram do fatídico “crescimento Malthusiano”, um modelo matemático apocalíptico proposto pelo economista Thomas Malthus (1766-1834) no fim século 18.

E se eu contasse que todas essas coisas se reúnem numa só área do conhecimento, que parece bem legal à primeira vista devido à essas aplicações práticas mas que exige um conhecimento sólido de cálculo diferencial e integral e equações diferenciais, além de uma certa habilidade em desenhar gráficos? Então, se preparem e sejam bem vindos ao estudo dos Sistemas Dinâmicos e a Teoria do Caos, onde descobriremos que existe imprevisibilidade em sistemas aparentemente previsíveis; entenderemos o que um pendulo duplo tem de especial e porque a previsão do tempo pode se arvorar nesse conceito para errar as suas previsões muito distantes.

Esse é o primeiro de dois textos sobre o assunto. O próximo pode ser encontrado aqui:

O MODELO POPULACIONAL

Para começar iremos analisar um certo modelo populacional. Um modelo populacional é uma ou mais equações que utilizando alguns parâmetros permitem estimar a população futura, se baseando na atual. Lembrando aqui que uma população pode ser qualquer grupo de indivíduos, não necessariamente a população de um país.

Como já comentei, o mais famoso modelo de população vem do senhor Malthus, que propôs o crescimento exponencial da população a cada tantos períodos de tempo. A quantidade de tempo não era tão importante para ele, mas o fato de que, no mesmo período a produção de alimentos cresceria de maneira linear, muito menos rapidamente.

Malthus usou os dados populacionais britânicos que ele tinha em mãos na época, mas eles não eram vastos. O censo nacional foi estabelecido na Inglaterra após a publicação de seu artigo sobre o assunto, sendo uma contribuição direta. E mesmo Malthus tendo elencado algumas variáveis que atrapalhariam o crescimento no longo prazo, ele não as colocou no modelo.

Entra em cena um rapaz Belga chamado Verhulst (1804-1849) que em um artigo de 1838 se propôs a melhorar o modelo de Malthus. Tendo em mãos dados mais abrangentes — as populações da França entre 1817-1831, da Bélgica entre 1815-1833, do condado de Essex na Inglaterra de 1811-1831 e da Rússia de 1796-1827 (embora esses últimos ele não garantia a autenticidade porque não sabia como tinham sido coletados) — ele tentou modificar a equação original, colocando um tipo de “freio” populacional.

Tanto ele como Malthus entendiam que nenhuma população conseguiria se expandir indefinidamente, por razões de espaço, competição, etc. Ele buscou uma equação que atingisse um mínimo após um certo tempo. Conforme ele diz no artigo, ele testou várias e no fim acabou ficando com uma que um colega dele tinha sugerido, um freio quadrático (o quadrado da população), análogo à uma fricção mecânica. Ele novamente avisa que não confiava muito nessa hipótese (afinal, ela não tinha muitos argumentos), mas decidiu testar e os dados foram bem correlacionados.

Agora é uma boa hora de mostrar as equações. A equação de Malthus é simplesmente uma função exponencial:

yt+1 = r*yt      (1)

A equação de Verhulst tem o freio quadrático adicionado:

yt+1 = r*yt*(1 – yt)      (2)

Essas equações sempre fornecem o valor da população do tempo seguinte em função da população no tempo atual e do parâmetro r, que é a taxa de crescimento. Lembrando que aqui o y corresponde à razão do tamanho da população e o seu valor máximo, sendo um valor entre 0 e 1 portanto, e o t ao período de tempo, podendo ser um mês, um ano ou qualquer período.

O procedimento é simples. Começamos no tempo t=0 e escolhemos um valor inicial de população. Colocamos esse valor na equação e termos o resultado do próximo tempo. Esse resultado é utilizado novamente na equação, e permite descobrir o valor do termo subsequente. Esse procedimento é repetido a quantidade de vezes desejada.

Vamos pensar o que ocorreria com alguns valores. Se nosso primeiro valor de y fosse igual a zero obviamente não haveria crescimento. Agora, se começássemos com yt = 0.6 e, digamos, uma taxa r = 0.5, o que aconteceria com os valores de yt, o tamanho da população?

Começamos com 60 % da capacidade populacional e nosso crescimento é de 0,5, ou seja, a cada período nossa população diminui de tamanho até chegar a zero.

Se testarmos outros valores de y inicial com esse r chegaríamos no mesmo resultado, mesmo que o tempo para chegar fosse um pouco diferente, como podemos ver abaixo:

Vamos testar outros valores de r, seguindo com o nosso valor inicial de yo = 0,6. Estaremos variando apenas o parâmetro r, que nesse exemplo representa a taxa de crescimento da população.

Primeiro vamos testar o valor r = 1.2. Nesse caso vemos que ainda temos uma queda, mas que o valor não tende a zero, se estabilizando em um valor especifico. Isso acontece porque agora temos um crescimento, o r é maior que 1. Mas o termo de “freio” ainda tem muito peso e puxa o gráfico para baixo, o crescimento não é suficientemente grande:

Também podemos ver que conforme subimos o valor de r temos o mesmo desenho de gráfico mas um ponto de estabilização diferente e para valores de r maiores que 2,5 temos o primeiro valor final superior ao nosso valor inicial:

Verhulst certamente não variou muito seu r, pois sabemos que populações humanas não exibem variações tão drásticas. Nem era o objetivo dele avaliar esse parâmetro, ele estava feliz com a sua equação que se adequava bem aos dados. No entanto, nós vamos fingir que restrições não existem e continuar aumentando o valor de r.

Vamos testar o valor de r = 3,1:

Vemos uma oscilação entre dois valores, que nunca se estabilizam em um valor específico como antes. O crescimento inicial é muito rápido (puxado pela grande população inicial), levando à uma superpopulação, que precisa diminuir, vertiginosamente. O modelo segue indefinidamente circulando entre esses dois valores.

Para a próxima tentativa usarei r = 3,5:

Agora vemos 4 pontos alternando periodicamente. Vamos aumentar mais uma vez, agora para r = 3,6 (percebam que os incrementos de r estão ficando cada vez menores):

Claramente temos uma periodicidade na resposta, porém é mais difícil perceber entre quantos termos estamos circulando. Por fim, testaremos r = 3.9 e qualquer valor mais elevado que esse tem o seguinte resultado:

Aqui, não conseguimos encontrar mais periodicidade nas oscilações. Eu até aumentei o número de iterações para evidenciar esse fato. Obviamente elas estão circulando em torno de uma “linha imaginária” mas não conseguimos perceber nenhum padrão específico.

Esse tipo de gráfico tem sua utilidade, mas não conseguimos perceber totalmente o que está acontecendo, não temos muito material para analisar.

No entanto, podemos gerar um outro gráfico com os mesmo dados que nos ajudará a entender melhor o sistema.

Façamos um gráfico com valor de y após muitas iterações na vertical (no nosso caso serão 30) contra os valores de r na horizontal. Teremos então o valor que y tende após várias iterações dependendo do valor de r.

Se rodarmos um programa simples podemos testar vários valores de r e computar os valores finais de y e plotá-los.

Para os valores de r entre 0 e 1 o y sempre tende a zero, portanto temos uma linha horizontal em cima do eixo das abscissas:

A partir de 1 até 3 vemos o valor de y crescendo a cada incremento de r, mas diminuindo de velocidade ao se aproximar do 3:

Quando chegamos em 3,2 vemos uma bifurcação. São justamente os dois valores que encontramos na nossa primeira análise gráfica.

Esse comportamento segue até mais ou menos o 3,5, quando vemos mais uma bifurcação, referente aos quatro pontos de oscilação. A partir de 3,5 até 4 (que é limite do r, mas isso é outra discussão), o seguinte gráfico impressionante emerge:

 

E não, não é uma falha no programa, um gato pisando no teclado ou um esboço de uma pintura do Jackson Pollock. Realmente esse é o comportamento que obtemos utilizando essa análise. Cada ponto simboliza um ponto de estabilidade e eles estão distribuídos de maneira desordenada, desorganizada, sem padrão específico… me parece que falta uma palavra que descreveria exatamente esse comportamento: CAÓTICO.

Sim, esse gráfico, chamado de Diagrama de Bifurcação, é uma das maneiras que conseguimos visualizar o aparecimento do caos em um sistema. Lembrem-se: começamos a nossa análise com uma equação muito simples, uma equação quadrática, que vemos no ensino médio. Pior ainda, a análise, mesmo que utilizando algumas modificações representava bem um fenômeno real relativamente simples, que é o crescimento de populações.

Fazendo uma análise mais rigorosa, há outro ponto importante de se considerar. Ao contrário de sistemas como os da física quântica, onde temos uma imprevisibilidade inerente, ou sistemas que sabemos que possuem flutuações aleatórias, como uma bolsa de valores, nosso modelo era determinístico. Esperaríamos que o comportamento da equação fosse constante e previsível para quaisquer valores, quando na verdade ele é justamente o contrário, imprevisível.

Se nada faz sentido até agora, não se preocupe, é assim que funciona. Esse é um tipo de conteúdo que é preciso “sentir” mais que entender.

Após esse exemplo ilustrativo (vagamente inspirado em uma artigo de 1976 e um vídeo do youtube) veremos na parte 2 a história do descobrimento do caos, alguns exemplos de sistemas caóticos (o famoso “efeito borboleta”) e lembraremos da maior honraria que um campo de estudo pode receber: ser colocada como trama do Jurassic Park!

 

REFERÊNCIAS E LINKS LEGAIS

Artigo de 1976 que demonstra e explica mais profundamente o comportamento dessa equação.

Vídeo do canal Veritassium, inspirado no artigo e que por sua vez me inspirou à escrever esse texto 

 

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A Vila Oculta da Shelly (GuaxaVerso #105)

Por: Marcelo Guaxinim · Portal Deviante

GuaxaVerso destrinchando episódios e respondendo comentários! Se Flopar nunca existiu. Até porque…. Nunca existiu mesmo.

Esta semana vamos falar tudo sobre o episódio de 159.


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Edição: Marcelo Guaxinim.

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Games no Lab: Mentiras, radiação, soulslike, elixir da vida eterna e energia nuclear

Por: Augusto César Rodrigues Granjeia

Pinóquio, o personagem clássico criado por Carlo Collodi e originalmente publicado em forma de folhetins entre 1881 e 1883, antes de ser compilado em um único volume, “As Aventuras de Pinóquio”, em 1883, tem um papel significativo na cultura popular. Sua história foi adaptada em diversas formas de mídia. A versão animada da Disney, “Pinóquio” (1940), é uma das adaptações mais conhecidas e populares. O filme da Disney ajudou a solidificar o personagem na cultura popular, introduzindo músicas icônicas como “When You Wish Upon a Star“. 

O personagem também apareceu em outras adaptações cinematográficas e animações ao longo dos anos, tanto em filmes tradicionais quanto em produções mais modernas, no caso, o game Lies of P é uma delas.

Nessa adaptação, um novo tipo de mineral foi descoberto na cidade de Krat, mineral esse que foi usado para dar “vida” aos títeres que movimentam toda a cidade, fazendo todos os trabalhos braçais possíveis. Mas que mineral é esse? Existe algo no nosso mundo parecido com isso? Então tenha cuidado para seu nariz não crescer, pois hoje exploraremos o mundo de Lies of P e aprenderemos mais sobre radioatividade.  

Ah, vale lembrar que precisaremos explorar a lore do game, então pode ter certeza de que nesse texto teremos muitos spoilers. Continuando…

Lançado em setembro de 2023 e desenvolvido pela Round8 Studio, o game apresenta a envolvente narrativa do títere Pinóquio, despertando em uma estação de trem deserta na caótica cidade de Krat.

Imerso no turbilhão de loucura que assola o local, Pinóquio embarca em uma jornada épica para localizar seu criador, o mestre Geppetto. Nesse cenário de calamidade urbana, ele enfrenta desafios e adversidades, buscando não apenas encontrar Geppetto, mas também descobrir a verdade sobre sua própria existência e aspirações.

Imagem 1: Até parece o Timothée Chalamet, mas na verdade é o Pinóquio do game. A imagem mostra uma rapaz de cabelos compridos segurando, com sua mão mecânica, um cristal azulado.

Na história do game, alquimistas se estabeleceram em Krat e descobriam uma rica mina de Ergo. Um alquimista e inventor de destaque, Giuseppe Geppetto, engenhosamente concebeu um coração especializado para atuar como fonte de energia para os títeres. Essa notável inovação por si só catapultou Krat de uma modesta e empobrecida cidade litorânea para uma metrópole pulsante de maravilhas. 

Os títeres começaram a assumir as tarefas braçais, emergindo como ajudantes indispensáveis. A importância do Ergo alcançou patamares tão elevados que se tornou a própria moeda da cidade, simbolizando não apenas riqueza material, mas também o motor propulsor da transformação que elevou Krat a um status de grandeza.

Porém, passadas algumas décadas, de um dia para o outro os títeres se revoltaram e começaram a destruir a cidade e a matar seus habitantes. Em paralelo a isso, muitos habitantes começaram a sofrer mutações e acabaram desenvolvendo uma enfermidade chamada Doença da Petrificação. É nesse cenário de caos e destruição que o jogador começa o game.

Imagem 2: Um cristal de Ergo encontrado no game. A imagem mostras um cristal azul, parcialmente translucido.

Ao longo do game descobrimos que a Doença da Petrificação é causada pela exposição prolongada ao Ergo, o qual além de gerar energia para os títeres, também cria ondas que podem ser usadas na comunicação com os mesmos. Ondas estas que afetam a estrutura molecular dos humanos (além de outros mamíferos que enfrentamos no game). 

Mas que propriedade o Ergo precisaria ter para ser capaz de gerar grande energia e ainda causar mutações em seres vivos? Provavelmente a primeira resposta que vem a sua cabeça é: radioatividade. E você está certo. Então vamos explorar melhor esse assunto.  

A radioatividade é um fenômeno físico natural no qual certos átomos instáveis sofrem desintegração espontânea, emitindo partículas subatômicas e radiações eletromagnéticas. Essa desintegração é acompanhada por uma transformação dos elementos originais em outros, geralmente resultando na liberação de energia. 

Os átomos instáveis, conhecidos como átomos radioativos, têm um excesso de energia em seus núcleos. Para alcançar uma configuração mais estável, eles liberam essa energia na forma de partículas alfa, partículas beta, raios gama ou outros tipos de radiação.

Imagem 3: Certas partículas têm mais penetração do que outras. Na imagem podemos ver raios alpha sendo parados por uma parede de papel, raios beta passando pelo papel e parando em uma parede de alumínio e raios gama passando pelo papel e pelo alumínio mas parando em uma parede de chumbo.

Elementos que emitem radiação podem causar mutações genéticas ao interagir com o material genético (DNA) nas células. Quando a radiação ionizante atinge o DNA dentro de uma célula, ela pode quebrar as ligações químicas na molécula de DNA. Se essas quebras ocorrerem em locais específicos, como os genes, elas podem levar à mutações. As mutações são alterações na sequência de DNA, e dependendo da natureza e da extensão dessas alterações, podem ter efeitos variados. Os elementos radioativos podem ser encontrados naturalmente na crosta terrestre, mas também podem ser produzidos artificialmente em laboratórios. 

Todas essas propriedades vistas podem ser perfeitamente aplicadas ao Ergo. Então podemos supor que ele geraria uma certa dose de radiação. Inclusive outro grande paralelo com os elementos radioativos do nosso mundo, foi sua aplicação inicial. 

Em Krat, quando os alquimistas descobriram o Ergo, imediatamente começaram a estudar suas propriedades para que fossem utilizadas para fins medicinais, inclusive prometendo a tão sonhada vida eterna. O objetivo dos alquimistas era produzir um elixir, a partir do Ergo, que prolongasse a vida humana e até mesmo levassem os humanos a um novo patamar na evolução das espécies. Porém o resultado foi apenas a morte lenda e dolorosa dos habitantes de Krat.

Imagem 4: Em seu estágio final, a Doença da Petrificação transforma os humanos em cristais de Ergo. A imagem mostra um corpo humano petrificado junto a uma parede e com cristais azuis como ramificações do corpo.

Nosso mundo, depois da descoberta da radioatividade no final do século XIX pelos excelentes trabalhos do físico francês Henri Becquerel e dos cientistas, também franceses, Marie Curie e Pierre Curie, a radiação foi erroneamente considerada, no início do século XX, como tendo propriedades curativas e rejuvenescedoras, o que levou ao uso irresponsável de substâncias radioativas em produtos de beleza e saúde.

Alguns produtos de beleza e cuidados pessoais que continham substâncias radioativas incluíam cremes faciais, pós-loções, sabonetes e até mesmo escovas de dentes. O rádio e o tório eram os elementos radioativos mais comuns usados nesses produtos. Acreditava-se, de maneira incorreta, que a radiação emitida por esses elementos poderia melhorar a textura da pele, reduzir rugas e promover uma aparência mais jovem. 

Esse contato direto com substâncias radioativas levou a sérios problemas de saúde, incluindo doenças como anemia aplástica, câncer ósseo e outros distúrbios relacionados à exposição à radiação. 

Imagem 5: Anúncios de produtos de beleza que continuam elementos radioativos, eram bem comuns no início do século XX. A imagem mostra um cartaz antigo de propaganda de um creme a base de produtos radioativos.

Felizmente, à medida em que a compreensão dos riscos associados à exposição à radiação cresceu, regulamentações mais rigorosas foram implementadas, levando à proibição gradual do uso de substâncias radioativas em produtos de beleza. A conscientização sobre os perigos da radiação aumentou, e a prática de usar radioatividade em produtos de beleza foi abandonada devido aos riscos à saúde associados a essa exposição.

Imagem 6: Apesar de já bem conhecidos os efeitos da radiação, ela ainda foi tratada como “mágica” por muito tempo é só ver o grande numero de super heróis que ganharam seus poderes através da radiação. Na imagem vemos as etapas da transformação do humano Bruce Banner no mostro verde Hulk.

Voltando ao game, se radioatividade explica as mutações causadas pelo Ergo, a radioatividade também pode explicar a energia gerada através dele. 

Giuseppe, sendo um engenheiro notável, concebeu um coração mecânico que canalizava a potência de Ergo, erguendo-se assim como o progenitor dos títeres. Esta notável criação de Geppetto desencadeou uma reviravolta transformadora, marcando o início de uma era dourada para a cidade de Krat.  

Imagem 7: O “coração” criado por Geppetto. A imagem mostra com coração mecânico com composto por engrenagens de metal e tubos.

Com o conhecimento que temos hoje, conseguimos transformar radiação em energia elétrica através de uma usina nuclear, que, de maneira simplificada, usa o combustível radioativo, ao passar por uma reação nuclear, para liberar uma considerável quantidade de energia (uma reação exotérmica).

Essa energia é transferida, na forma de calor, para uma massa de água, que ao ser aquecida, evapora e se transforma em vapor. Esse vapor é então encaminhado para uma turbina, onde sua energia mecânica resultante é aproveitada para acionar um gerador, que converte eficientemente a energia mecânica em eletricidade. O problema é todo esse processo, para que seja viável, precisa de estruturas gigantescas.

Imagem 8: O funcionamento de uma usina nuclear. Na imagem podemos ver, de maneira simplificada, o funcionamento de uma usina nuclear como mencionado no paragrafo anterior a esta imagem.

Podemos supor então que Geppetto tenha sido tão genial que o coração mecânico criado por ele, na verdade, seja um mini reator nuclear que utiliza o Ergo para gerar energia elétrica através do aquecimento de água, isso até explicaria os jatos de vapores que alguns títeres soltam. E se pensarmos que Pinóquio está andando o game inteiro com um reator nuclear instalado no peito e destruindo inimigos para recolher mais Ergo para usar como fonte de energia, com certeza isso deixa o game ainda mais macabro.

Gif 1: Sabe quem mais tem um reator nuclear no peito? Ele mesmo, Gipsy Danger. O gif mostra o robô gigante Gipsy Danger, do filme Pacific Rim, debaixo de uma forte tempestade levando uma das mãos ao encontro do punho, mostrando que está pronto para o combate.

Ou talvez Geppetto tenha encontrado outra maneira mais eficiente de transformar radiação em energia elétrica. No nosso mundo o que não faltam são estudos nessa linha, desde nanomateriais até mesmo o uso de bactérias, mas nada até agora se provou concreto ou viável. De qualquer modo, muitas coisas que no passado eram ficção científica, hoje são “apenas” ciência. Fica o desafio para os nossos futuros cientistas.

E chegamos ao fim de mais um texto. Lies of P é bem mais que um game parecido com Bloodborne, é um souslike que possui alma própria e consegue se destacar dos concorrentes fazendo uma releitura do clássico de Carlo Collodi juntando um pouco de ficção científica no meio. Apesar de não ser uma game fácil, deixo a recomendação para que experimentem, a ambientação e a história são cativantes. 

E você, já jogou Lies of P? Curte um soulslike? Também deixe aí nos comentários críticas ou sugestões. Até a próxima.  

Fontes: Wikipédia, Wiki Lies of P, The Gamer, Brasil Escola, Defesa Cível CESTGEN, Jornal da USP e Tilt UOL 

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Klara Castanho, Indenizações e Tik Tok nos EUA (SciCast #584)

Por: Tarik Fernandes · Portal Deviante

Quais os desdobramentos do caso da atriz Klara Castanho e os seus dados médicos vazados por um hospital de uma grande rede de hospitais? Por que no Brasil as indenizações são dessa forma? Por que o Tik tok pode ser banido dos EUA? O que a China tem a ver com isso? Como as eleições podem influenciar essa questão?

 

 

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Produção Geral: Tarik Fernandes

Equipe de Gravação: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Marcos Sorrilha, Túlio Monegatto Tonheiro

Edição: TalknCast

Citação ABNT: Scicast #584: Klara Castanho, Indenizações e Tik Tok nos EUA. Locução: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, Marcos Sorrilha, Túlio Monegatto Tonheiro. [S.l.] Portal Deviante, 22/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-584

Arte: (Florence Lo/Illustration/Reuters)


 

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O homem quer ser livre, mas a segunda-feira sempre chega

Por: Guilherme Assis

Ouvi dizer, em alguns destes vídeos em que a maioria de nós perde muito tempo hoje em dia. É o seguinte: o homem quer ser livre, mas a segunda-feira sempre chega (risos). Não é coincidência que, na Bíblia, a punição divina pelo pecado original foi, entre outras coisas, o trabalho. Em Gênesis 3, 17 – 19, Deus condena a terra, diz ao homem que se alimentará dela com fadiga, que obterá o pão com o suor do próprio rosto.

Desde os tempos mais antigos, seja na caça e coleta do homem primitivo, ou no plantio e colheita após a revolução agrícola, o trabalho continuou.

A pedra lascada transforma-se em arma, as calças jeans são produzidas para vestir, os livros para ler e até mesmo foguetes (que dão ré) para lançar satélites. A interface cérebro máquina para devolver o movimento àqueles que o perderam (Nicolelis; 2011).

Veja, o urso polar precisou de milhares de anos para se adaptar ao clima frio. Nós podemos reconhecer isto e utilizar a sua pele, algodão ou microfibra de poliéster para produzir um casaco e habitar este mesmo ambiente.

Podemos também atravessar voando o oceano em horas, assim como as aves migratórias, sem possuir as asas.

Desde o trabalho mais simples, até o mais complexo, estamos constantemente analisando a realidade, projetando-a em nossas mentes, planejando e executando trabalho, repetindo este processo ao longo da história.

Acredite você ou não em algum Deus, ou em punição divina, isto é um fato, somos “condenados” a trabalhar, é uma condição humana.

Enquanto você lê isto, muitos de nós estão trabalhando, nos mais distantes e diversos lugares do mundo. É assim que criamos, coletivamente, tudo o que é, e o que não é, necessário para a nossa sobrevivência.

Transformamos a natureza, hoje em níveis inimagináveis, através do trabalho e ele próprio vem nos transformando no decorrer de seu processo.

Desta perspectiva o trabalho parece algo incrível, nosso “super-poder”, nos diferenciou de nossos “primos” primatas, nos transformou em “homens”.

Em teoria somos o único animal livre, podemos decidir, não seguimos “simplesmente” a natureza.

Na prática essas liberdades não são concretas, somente podemos usufruir de todas essas maravilhas construídas pelo trabalho humano na medida em que temos tempo e, principalmente, dinheiro para pagar por elas.

No momento em que desenvolvemos nossas forças produtivas a um nível que permitiu que alguns não trabalhassem, o homem passou a dominar e explorar o homem, condenando alguns ao trabalho, pôde ver-se livre deste “castigo divino”.

E para libertar-se ele se utiliza de quaisquer que sejam os meios disponíveis em seu tempo, seja a violência propriamente dita, o Estado, o Direito ou as “Fake News”.

Como a maioria não é possuidor de capital, é trabalhador, a maior parte dos humanos modernos, vivendo sob a égide do capitalismo, em que tudo se transforma em mercadoria, vende sua força de trabalho para comer, morar e assistir, temendo a chegada da segunda-feira.

Mesmo tarefas que eram vistas como “libertadoras”, ou menos repetitivas, como a científica ou a artística, hoje sofrem com a pressão da necessidade desenfreada de produzir para gerar lucro.

Artistas saíram as ruas para que suas imagens não fossem reproduzidas com I.A (Inteligência Artificial) e eles não recebessem nada por isso.

Estamos sobrecarregados, seja na meta de vendas, nos prazos urgentes, nas metas anuais de artigos científicos ou na quantidade de posts em diversas redes sociais.

Trabalhamos excessivamente para pagar as contas e querem nos fazer acreditar que somos empreendedores de nós mesmos, é a mistificação do trabalho intermitente em empreendedorismo, como nos ensina Ricardo Antunes. Empreendedores fazem seu próprio horário, mas sempre trabalham mais de 12 horas/dia.

O homem quer ser livre, mas a segunda-feira sempre chega.

A precarização e uberização do trabalho se mostra uma realidade para além dos motoristas e entregadores.

Ao mesmo tempo, toda mudança no trabalho e o imenso desenvolvimento tecnológico transparecem um conhecimento geral: o excedente produzido hoje é enorme.

Desde que me lembro, os supermercados sempre tiveram prateleiras cheias. Mas não foi sempre que tivemos condições de consumir tudo o que queríamos.

Humanos morrem de fome ao lado desses imensos armazéns abarrotados de comida de todos os tipos e lugares do mundo, apenas por não terem como pagar por ela. É neste mundo em que vivemos.

A alimentação não é tratada de maneira diferente de qualquer outra mercadoria, portanto fica “exposta” à “lei” da oferta e demanda.

É claro a todos que: o objetivo primário do planejamento estatal, quando  existe, não é satisfazer as necessidades do povo. Mudam-se os governantes e tudo permanece quase o mesmo.

Milhões passam fome no Brasil, não têm rede de esgoto ou sequer acesso à água potável, estão desempregados ou em subempregos e a educação só piora.

Parafraseando Marx e ao contrário do que Descartes dizia, não pensamos, logo existimos.

Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.

Nós existimos, logo pensamos. E é na medida em que crescemos e nos constituímos como ser social que desenvolvemos nossa consciência e através dela, nossas singularidades.

Então é claro que tendo esta experiência com o trabalho, que toma a maior parte de nossos dias, e parte dele quase sempre é apropriada por outro, seja pelo rei, pelo senhor ou pelo burguês, boa parte de nós deseja se ver livre dele.

Trabalhamos e não vemos resultado, e apesar de tudo que fizemos, ainda vivemos como nossos pais, como diriam Elis e Belchior.

2024, o mundo continua condenando potenciais Einstein’s e Curie’s ao trabalho de Sísifo. E continuamos precisando imaginar Sísifo feliz.

Embora o trabalho nos apareça assim, como dito no início esta não é a sua essência, trabalho não é o oposto de liberdade.

É graças ao trabalho que podemos fazer uma vídeo chamada com um amigo do outro lado do mundo, estarmos mais próximos mesmo à distância.

Desenvolvemos a medicina e fomos capazes de superar inúmeras doenças.

Hoje somos capazes de produzir este enorme excedente, excedente que permitiria alimentar a todos.

Tudo o que está à sua volta, seja o dispositivo onde você está lendo isto ou a roupa que está vestindo é fruto do trabalho de alguém, mas provavelmente gerou lucro para quem nada produziu.

Trabalhamos, é assim que obtemos o pão, com o suor do próprio rosto. Ao menos a maioria de nós.

 

Referências:

ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.

MARX, Karl. O Dezoito Brumário de Louis Bonaparte. São Paulo: Centauro, 2006.

MARX, K. O Capital – Livro I – crítica da economia política: O processo de produção do capital. Tradução Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.

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Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #15 Racismo Estrutural

Por: C. A.

O Fronteiras no Tempo: Giro Histórico conta em seu 15 episódio com a participação dos historiadores Anderson Couto e C. A, que abordam o conceito de Racismo Estrutural. Couto explica de forma detalhada tanto o histórico quanto a elaboração do conceito. Na sequência C. A. fala sobre os usos e distorções das explicações elaboradas pelo jurista, filósofo e ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida na sociedade brasileira atual.

Arte da Capa

Arte da CapaBeatriz Molina


MENCIONADO NO EPISÓDIO

Links

O QUE É RACISMO ESTRUTURAL? | Silvio Almeida

INSTITUTO MÍDIA ÉTNICA

CORREIO NAGÔ: A INFORMAÇÃO DO SEU JEITO

[Coluna André Santana] Racismo estrutural, alegado por Wanessa Camargo, não é álibi para racistas

Livros sobre Racismo Estrutural

Infopen 2023


Financiamento Coletivo

Estamos em processo de mudança do PADRIM  para outro sistema de financiamento coletivo – novidades em breve

PIX: [chave] fronteirasnotempo@gmail.com


INSCREVA-SE PARA PARTICIPAR DO HISTORICIDADE

O Historicidade é o programa de entrevistas do Fronteiras no Tempo: um podcast de história. O objetivo principal é realizar divulgação científica na área de ciências humanas, sociais e de estudos interdisciplinares com qualidade. Será um prazer poder compartilhar o seu trabalho com nosso público. Preencha o formulário se tem interesse em participar.

Link para inscriçãohttps://forms.gle/4KMQXTmVLFiTp4iC8


Selo saberes históricos

Agora o Fronteiras no Tempo tem o selo saberes históricos. O que é este selo?

“O Selo Saberes Históricos é um sinal de reconhecimento atribuído a:

● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico
● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados
● Comprometidas com valores científicos e éticos.”

Saiba mais: https://www.forumsabereshistoricos.com/


Redes Sociais TwitterFacebookYoutubeInstagram


Contato fronteirasnotempo@gmail.com


Como citar esse episódio

Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #15 Racismo Estrutural. Locução Cesar Agenor F. da Silva e Anderson Couto. [S.l.] Portal Deviante, 19/03/2024. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=61777&preview=true


Expediente

Produção Geral e Host: C. A. Arte do Episódio: Beatriz Molina. Edição: C. A.


Trilha sonora utilizada

Birds – Corbyn Kites

Wolf Moon – Unicorn Heads

Dance, Don’t Delay de Twin Musicom é licenciada de acordo com a licença Atribuição 4.0 da Creative Commons. https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Fonte: http://www.twinmusicom.org/song/303/dance-dont-delay

Artista: http://www.twinmusicom.org


Madrinhas e Padrinhos 

Alexsandro de Souza Junior, Aline Lima, Allen Teixeira Sousa, Anderson Paz, André Luiz Santos, Andre Trapani Costa Possignolo, Artur Henrique de Andrade Cornejo, David Viegas Casarin, Elisnei Menezes de Oliveira, Ettore Riter, Flavio Henrique Dias Saldanha, Klaus Henrique De Oliveira, Luciano Abdanur, Manuel Macias, Rafael Machado Saldanha, Ramon Silva Santos, Renata Sanches, Ricardo Augusto Da Silva Orosco, Rodrigo Olaio Pereira, Thomas Beltrame, Tiago Nogueira e Wagner de Andrade Alves

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